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domingo, maio 5, 2024
Outro grande marco da carreira do autor foi Vale Tudo, de 1988, em que criou a inesquecível vilã Odete Roitman (Foto: Divulgação)

Autor de telenovelas como “Vale Tudo” e “Paraíso Tropical”, Gilberto Braga morreu na noite desta terça-feira (26), aos 75 anos. Ele sofria da Doença de Alzheimer e estava internado no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, e enfrentou nos últimos dias uma infecção a partir de uma perfuração do esófago e não resistiu às complicações. Braga era casado com o decorador Edgar Moura Brasil.

Rosa Maria Araújo, historiadora e irmã de Braga, lamenta a perda do irmão, o primogênito da família. “O Gilberto era o sonho de consumo de qualquer irmão, muito afetuoso, estudioso e inteligente. Foi ele que nos apresentou ao cinema, ao teatro e à televisão. Vai fazer, realmente, muita falta”, lamenta.

Braga começou a atuar como novelista nos anos 1970, quando assinou dois episódios do seriado “Caso Especial”, que trazia diferentes histórias com equipe e elenco variados. Ainda nesta década de 1970, trabalhou em adaptações de obras clássicas, com destaque para a “Escrava Isaura”, de 1976, marco da televisão brasileira que lançou Lucélia Santos como protagonista do romance de Bernardo Guimarães.

Mas foi com o sucesso retumbante de “Dancin’ Days”, de 1978 – com Sônia Braga, Antônio Fagundes, Joana Fomm -, feita a partir de um esboço da escritora Janete Clair, que Braga consolidou as bases das telenovelas contemporâneas em horário nobre.

A ela se seguiram “Água Viva”, de 1980, que mostrou pioneiramente o uso da maconha na televisão brasileira, dentro do contexto do cotidiano de personagens de classe média alta.

“Se alguém um dia fez com que a telenovela passasse a representar não histórias idealizadas, mas ‘a vida da gente’, esse alguém foi Gilberto Braga”, comenta Zeca Camargo, apresentador e colunista. “Gênio não só nas tramas nas na transformação da nossa vida cotidiana em ricas narrativas televisivas, Gilberto marcou mais de uma geração de telespectadores”.

Outro grande marco da carreira de Braga foi “Vale Tudo”, de 1988, em que criou a inesquecível vilã Odete Roitman, vivida por Beatriz Segall. E a morte da personagem na novela parou o Brasil, invocando uma pergunta que acabou tornando-se quase uma expressão popular: “quem matou Odete Roitman?”

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