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quarta-feira, maio 1, 2024

Mãe e filha, moradoras de São Gonçalo, morrem de Covid-19 no mesmo dia

Luciana (à esquerda) e Leila (à direita) lutaram bravamente contra a Covid-19 (Foto: Arquivo Pessoal)

“Meu coração parece uma terra arrasada pelo furacão Covid-19”. O desabafo é de Luciene Neves de Souza, de 44 anos, que perdeu a irmã mais velha, Luciana Neves de Souza, de 46, às 8h15 de sábado (06), no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, e a mãe, Leila Márcia das Neves, de 71 anos, às 23h do mesmo dia, no Hospital Oceânico, em Piratininga. Ambas estavam infectadas pelo coronavírus.

De acordo com Luciene, que mora em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, o drama familiar começou em 30 de janeiro, quando a irmã, que sofria há 28 anos de lúpus (doença inflamatória do sistema imunológico que pode afetar articulações e órgãos vitais), foi internada no HCPM, no Rio. Por falta de leitos, Luciana ficou cinco dias na enfermaria com a mãe, autorizada pela direção do hospital a acompanhá-la.

“Naqueles cinco dias, elas conviveram com muitas pessoas e no dia 1°de fevereiro minha irmã se acidentou e na queda bateu com a cabeça no chão. Mas, depois disso, seu quadro piorou e no dia 5, com quadro febril, ela conseguiu uma vaga no quarto”, lembrou Luciene.

Mãe e filha iniciaram uma jornada lado a lado contra o lúpus, sem saber que haviam sido infectadas pelo coronavírus naquele tempo em que estiveram juntas. No dia 19 de fevereiro, a mãe, Leila, começou a sentir falta de ar e foi diagnosticada com Covid-19 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaipu, sendo intubada no Hospital Oceânico dois dias depois.

Já Luciana, após confirmar o diagnóstico com o PCR (exame que detecta o vírus na fase aguda da doença), foi transferida do quarto para o setor de Covid-19, sendo intubada.

“Nosso sofrimento foi em dobro por tudo que aconteceu com minha mãe e irmã”, disse Luciene.

Mãe e filha lutaram com todas as forças, mas foram vencidas pela doença, morrendo no sábado. Ambas foram enterradas no domingo (07), às 16h, no Cemitério do Pacheco, em São Gonçalo.

Luciana deixou uma filha de 23 anos, um neto de 8 e uma neta de 1 ano.

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