Gabigol, atacante do Flamengo, foi suspenso por dois anos após ser considerado culpado por fraude durante um exame antidoping. O julgamento, que teve início na semana passada, foi concluído nesta segunda-feira pela Justiça Desportiva Antidopagem, após uma sessão que durou pouco mais de duas horas. A pena entrará em vigor a partir de abril, sendo possível recorrer da decisão.
O placar apertado de 5 a 4 a favor da punição do jogador refletiu a intensidade do julgamento. Gabigol foi acusado de violar o artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que trata da “fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle”, prevendo uma suspensão de até quatro anos em caso de condenação.
Durante o processo, a defesa do jogador contou com o testemunho de L.C. Cameron, um bioquímico especializado em métodos e técnicas de detecção de doping. Cameron foi interrogado pelos advogados de Gabriel, pela Procuradoria do tribunal e pelos auditores. Em seu depoimento, ele alegou que, do ponto de vista do resultado do exame, não havia irregularidades.
A acusação foi feita em dezembro, com a defesa respondendo dentro do prazo estabelecido, em janeiro, incluindo o anexo de imagens das câmeras de segurança do Centro de Treinamento Ninho do Urubu para sustentar a versão do jogador.
A primeira sessão do julgamento ocorreu em 20 de março, realizada online pelo Tribunal de Justiça Desportivo Antidopagem (TJD-AD), com Gabigol e outras testemunhas prestando depoimento por videoconferência. Após essa sessão, o tribunal decidiu encerrá-la e retomar as deliberações nesta segunda-feira, também online, na qual Gabigol participou.
A defesa do jogador argumentou que ele havia se submetido a um exame de sangue, considerado mais eficaz. Gabigol foi representado pela equipe do advogado Bichara Neto, conhecido por defender Paolo Guerrero em um caso similar de doping em 2017, e também teve o respaldo do vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee.
O caso contra Gabigol surgiu devido a alegações de que ele teria dificultado a realização do exame antidoping, mesmo tendo testado negativo. Segundo a acusação, suas atitudes durante o processo se enquadraram como “fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle”, conforme o artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem.
Os relatos incluíam a demora do jogador para realizar o exame, seu não cumprimento das instruções dadas pelos oficiais de coleta, e seu comportamento considerado desrespeitoso durante o procedimento. O processo, conhecido como doping surpresa, foi realizado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) no Centro de Treinamento Ninho do Urubu em abril de 2023.
Gabigol recebeu sua primeira notificação sobre a tentativa de fraude em maio do mesmo ano. Após uma série de defesas, tanto por parte do Flamengo quanto do jogador, o veredicto foi dado, impondo uma suspensão de dois anos ao atleta.
