Apesar das mobilizações pelo país afora, o volume de doações voluntárias tem desacelerado quase no mesmo ritmo em que cresce o número de desempregados e a população de rua em tempos de Covid-19.
Dados da ONG Ação da Cidadania revelam que as doações de alimentos despencaram quase 90% nas cotas mensais em comparação aos meses de 2020.
No ano passado, a organização comprava e distribuía cerca de 80 mil cestas por mês. Esse volume caiu para 8 mil cestas. Para colaborar, a rede de educação Força Máxima dá início a campanha Força Solidária e até dia 30 de junho estará recebendo em suas nove unidades espalhadas em todo o Estado do Rio de Janeiro, alimentos não perecíveis e produtos de higiene que serão entregues à ONG criada por Betinho em 1993, para que sejam distribuídos. O grupo também vai fazer doação de máscaras e álcool gel.
A fama é de generosidade, mas o World Giving Index, da Charities Aid Foundation (CAF) divulgado em Janeiro, revela que o Brasil tem muito a progredir no que tange a cultura de doação: de 144 territórios, está na 122º posição entre os mais generosos do planeta. Para o diretor do grupo Força Máxima, Jhonatam Pache, há muito o que se avançar nesse quesito e muito o que ensinar às novas gerações. E a responsabilidade da escola é grande.
“A função da escola extrapola o conceito de transmitir conhecimento. Além de reconhecer nossa responsabilidade corporativa, ajudando a minimizar as dificuldades pelas quais muitas famílias estão passando, é preciso mostrar o papel de cada cidadão na sociedade, educar nossas crianças e jovens para um futuro com mais empatia, solidariedade e responsabilidade com o outro, para um futuro melhor”, diz Pache.
O grupo Força Máxima promove campanhas solidárias desde sua inauguração, há 11 anos, mas até o ano passado, as iniciativas estavam relacionadas a gincanas e outros eventos do calendário escolar.
“Não podemos falar em expectativa de números já que não temos dados anteriores pois desta vez a campanha acontece em tempos de ensino híbrido e sem motivações esportivas e programações culturais presenciais. No último ano em que foi elaborada, como tarefa de gincana, angariamos mais de 6 toneladas de alimentos, o que nos anima, já que nossos alunos e suas famílias já estão inseridos nesse contexto solidário”, contou Pache.
A campanha vai mobilizar parceiros, colaboradores, estudantes e famílias dentro e fora da escola. Para isso serão utilizados todos os canais de comunicação da rede, além das circulares aos responsáveis.
O Ação da Cidadania fará a distribuição dos ítens doados. Pache explica que a ONG foi escolhida pelo perfil idôneo e responsável ao longo dos seus 28 anos de luta no combate a fome no país.
“Sabemos que na atual conjuntura ninguém ou nenhuma instituição saberia indicar ou distribuir tão bem as doações como o Ação da Cidadania. Queremos que os itens cheguem a quem mais precisa nesse momento”, revelou. Segundo o diretor, a iniciativa também pode servir de exemplo e inspirar outras instituições a tomarem atitudes concretas para enfrentar os desafios impostos ao país pela pandemia da Covid-19.
As doações devem ser entregues nas secretarias de todas as unidades do colégio Força Máxima, em Campo Grande, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Vilar dos Teles, Piabetá, Laranjeiras e Petrópolis.
A secretaria da unidade de São Gonçalo, fica na Rua Zeferino Reis, 351, Centro.
