Frequentado por cerca de 12 mil fiéis de mais de 70 igrejas de diversas denominações religiosas, o Monte da Oração, em Várzea das Moças, Niterói, recebeu recentemente uma visita inesperada que deixou os fiéis em pânico: uma jiboia de aproximadante 3m de comprimento.
A súbita aparição preocupa os visitantes do local, que fica dentro do Parque Estadual da Serra da Tiririca. A cobra foi vista na manhã do último dia 19. Ela estava enrolada no galho de uma árvore em uma das trilhas usadas pelos evangélicos para chegar ao cume do monte.
Uma mulher que estava indo ao local para orar fez o registro do animal com a câmera do seu telefone celular. E espalhou a notícia.
“Olha o tamanho dessa cobra que estava por cima da nossa cabeça na subida do monte. O negócio é grande demais, quando você subir fica ‘ligada’ porque essas cobras aí não dão mole não, elas pegam a pessoa, espreme, espreme, até apertar os ossos da pessoa e depois manda pra dentro. É daquelas brabas, grandona. Com fome isso aí é triste”, diz a mulher em uma mensagem de áudio enviada ao grupo de uma igreja no WhatsApp.
Um pastor, que pediu para não ter o nome relevado, rebateu a informação. “É isso que o inimigo quer. O diabo quer que o cristão se afaste daqui para não ter comunhão com Deus”, afirmou ele, com uma Bíblia nas mãos.
De acordo com Paulo Maia, presidente ONG SOS Aves e Cia., que fica no Centro do Rio, há uma infestação de jiboias e outras espécies de cobras em áreas urbanas, principalmente na capital fluminense, por causa da crise hídrica e das altas temperaturas do outono.
“Sem chuva em seu habitat e com esse forte calor, elas se deslocam das matas, desesperadas, para áreas habitadas atrás de água para matar a sede. Em pouco mais de dois meses já resgatamos 10 jiboias e dezenas de outros tipos de cobras em diversos pontos da cidade”, afirmou Maia.
Transformado em local de meditação e de orações, o monte é um dos pontos mais frequentados do Parque Estadual da Serra da Tiririca, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O Lado de Cá entrou em contato com a Associação de Preservação Ambiental de Várzea das Moças (Preserv) e com o Inea, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.