O ano de 2020 chegou destruindo sonhos de milhares de famílias por causa da pandemia de Covid-19. Além da perda de entes queridos, as finanças de muitas pessoas também foram mortalmente atingidas. Que o diga Joelma Giron, de 40 anos, moradora do Coelho, em São Gonçalo. Perder o emprego em um posto de saúde, em dezembro, reacendeu a sua vontade de montar um negócio próprio. E foi o que ela fez com o marido, abrindo uma pensão de comida caseira no bairro.
A ideia de tentar a sorte no setor gastronômico surgiu a partir da última experiência profissional de Ronaldo Bera, que assim como a mulher também ficou sem trabalho com a crise sanitária que varreu o mundo. Depois de fazer bicos de pintura em obras, ele virou ajudante de cozinha.
Com uma filha pequena para sustentar, o casal decidiu abrir a pensão em uma pequena loja alugada no Coelho. O marido partiu para as panelas, onde poderia explorar os seus dotes culinários recentemente adquiridos, e a mulher se concentrou no atendimento ao público. Mas ficar só no telefone não é a dela. Joelma entrega as quentinhas que Ronaldo prepara a bordo de uma motocicleta de 50 cilindradas.
Eles trabalham de terça a sábado, a partir das 7h30, e iniciam o atendimento por volta das 11h. Neste horário, Joelma pega sua moto e segue com as entregas pelas ruas do Coelho e bairros vizinhos.
“Ser entregadora é muito gratificante para mim, pois me deixa com um relacionamento direto com os meus clientes, e assim eu tento atender a necessidade de cada um”, diz a microempresária.
As entregas e o serviço na pensão funcionam até 15h. Apesar da carga horária estressante e das dificuldades de gerenciar o próprio negócio, o casal procura manter o bom humor e a esperança num futuro com dias melhores.