A busca pela aprovação do uso, importação e distribuição da vacina Sputnik V no Brasil, se tornou uma guerra declarada entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os representantes russos do laboratório Gamaleya e do Fundo Soberano Russo, que defendem o imunizante.
Os governadores do Consórcio do Nordeste e as prefeituras de Niterói e Maricá, que já tem compromissos de compra da vacina russa contra a Covid-19, seguem com ações na Justiça Federal, mas também esperam que os processos de autorização na Anvisa sigam com um desfecho rápido, mesmo com a negativa da agência confirmada na segunda-feira (26).
Após rejeitar o pedido de uso emergencial da vacina do laboratório russo Gamaleya, a Anvisa apresentou nesta quinta-feira (29), informações que constam no dossiê relativo ao imunizante Sputnik V. Segundo a agência, após vários questionamentos técnico-científicos, o laboratório responsável não apresentou dados relevantes sobre os problemas levantados pela equipe médica brasileira.
Já os representantes russos, alegaram que a decisão da agência brasileira de adiar a aprovação da Sputnik V é, infelizmente, de natureza política e nada tem a ver com o acesso do regulador à informação ou ciência.
O Laboratório Gamaleya alega que a decisão do órgão regulador também contradiz uma decisão anterior do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que reconheceu a vacina Sputnik V como segura e permitiu sua produção no Brasil.
A equipe da Sputnik V afirma que abordou as questões técnicas levantadas pelos diretores da Anvisa durante a reunião do dia 26 para demonstrar que essas alegações não têm embasamento científico e não podem ser tratadas com seriedade na comunidade científica e entre os reguladores internacionais.
Os responsáveis da vacina indicaram que podem processar a Anvisa por divulgar informações falsas sobre o imunizante. Leia a nota completa dos responsáveis pela Sputnik V no site russo com tradução.
Por outro lado funcionários da Anvisa fizeram declarações para minimizar a negativa de importação da vacina e disseram para parlamentares, que o processo ainda está em aberto.