A Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Gonçalo recebeu, na manhã desta quarta-feira (10), Neilton Pinto e a mulher, Rafaela Mattos Pinto, pais do estudante João Pedro Mattos. O adolescente, de 14 anos, morreu após ser baleado durante uma operação policial, em 18 de maio de 2020, no Complexo do Salgueiro. Os familiares foram pedir ajuda afirmando estarem preocupados com a lentidão das investigações.
“O crime bárbaro que ceifou a vida de um menino negro, pobre e morador de comunidade é recorrente não só em nosso município, mas também em todo o país. É mais um emblemático caso de preconceito social e racial que impera na nossa sociedade”, ressaltou Professor Josemar.
O vereador completou: “A vinda dos pais de João Pedro à Câmara Municipal em busca de suporte institucional é oportuna, pertinente e legítima. Esse crime não pode cair no esquecimento e muito menos ser agasalhado pelo manto da impunidade. Essa família gonçalense não ficará desamparada nessa luta por justiça. Por meio da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, a partir de agora acompanharemos o andamento do inquérito e daremos total visibilidade aos fatos”.
O crime ocorreu durante uma operação conjunta das polícias Federal e Civil. No momento em que foi alvejado na barriga por uma bala de fuzil, o estudante brincava com amigos em um dos cômodos da casa da família.
Na época, a morte de João Pedro indignou o país e teve repercussão internacional, o que estimulou autoridades do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Poder Judiciário a se mobilizarem na busca pelos culpados.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, chegou a expedir uma ordem judicial proibindo a realização de operações policiais em comunidades do estado do Rio durante a pandemia de Covid-19. Em seu despacho, o magistrado, demonstrando preocupação com eventuais reincidências, citou o caso de João Pedro.