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quinta-feira, abril 25, 2024

“A morte do João Pedro não pode cair no esquecimento”, pede mãe de menino assassinado em SG

Pais do estudante (no centro) foram recebidos na Comissão de Direitos Humanos. Foto: Paulo Pintinho dos Santos / Divulgação

A Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Gonçalo recebeu, na manhã desta quarta-feira (10), Neilton Pinto e a mulher, Rafaela Mattos Pinto, pais do estudante João Pedro Mattos. O adolescente, de 14 anos, morreu após ser baleado durante uma operação policial, em 18 de maio de 2020, no Complexo do Salgueiro. Os familiares foram pedir ajuda afirmando estarem preocupados com a lentidão das investigações.

Na reunião com o vereador Professor Josemar (PSOL), presidente da comissão, os pais de João Pedro relataram que até o momento o laudo pericial sobre o disparo fatal não foi concluído. Diante do que considerou um descaso, o vereador se comprometeu a reunir-se com os demais colegas para adotar providências regimentais que possam dar um suporte institucional à família, que luta por justiça.

“O crime bárbaro que ceifou a vida de um menino negro, pobre e morador de comunidade é recorrente não só em nosso município, mas também em todo o país. É mais um emblemático caso de preconceito social e racial que impera na nossa sociedade”, ressaltou Professor Josemar.

O vereador completou: “A vinda dos pais de João Pedro à Câmara Municipal em busca de suporte institucional é oportuna, pertinente e legítima. Esse crime não pode cair no esquecimento e muito menos ser agasalhado pelo manto da impunidade. Essa família gonçalense não ficará desamparada nessa luta por justiça. Por meio da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, a partir de agora acompanharemos o andamento do inquérito e daremos total visibilidade aos fatos”.

O crime ocorreu durante uma operação conjunta das polícias Federal e Civil. No momento em que foi alvejado na barriga por uma bala de fuzil, o estudante brincava com amigos em um dos cômodos da casa da família.

Na época, a morte de João Pedro indignou o país e teve repercussão internacional, o que estimulou autoridades do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Poder Judiciário a se mobilizarem na busca pelos culpados.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, chegou a expedir uma ordem judicial proibindo a realização de operações policiais em comunidades do estado do Rio durante a pandemia de Covid-19. Em seu despacho, o magistrado, demonstrando preocupação com eventuais reincidências, citou o caso de João Pedro.

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