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sexta-feira, maio 3, 2024

Especialista em psicologia fala sobre crimes contra crianças

Entre janeiro e junho de 2022, dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos informaram que denúncias de violência contra crianças crescerem 56,4% em comparação ao mesmo período de 2021. Foram registrados 78.248 crimes de violência física, psicológica e sexual contra menores de idade nos primeiros seis meses do ano passado.

Cada vez mais frequentes, casos como o do menino Henry Borel, morto em março de 2021, após agressões do padastro com a permissão da mãe Monique Medeiros e recentemente um menino de cinco anos foi espancado pelo ex-participante do reality show A Fazenda e pai José Lucas Dias Barreto, em São Gonçalo, chamaram a atenção de especialistas. A agressão, neste caso, ocasionou em uma fratura no ombro do menor e o pai foi preso por policiais da 72ª DP (Mutuá).

Uma dessas especialista é Sandra Salomão, psicóloga pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que enumerou fatores que causam traumas nos menores.

“Há uma série de fatores que levam os pais ou responsáveis a praticarem violência doméstica ou abuso físico contra o próprio filho. Essas crianças precisam ser tratadas com profissionais capacitados para que não tenham traumas futuros em virtude de se sentirem desamparadas por quem deveria ampará-los efetivamente. Isso causa traumas e uma dificuldade pelo resto da vida de aprendizagem, o que nós, profissionais da psicologia, chamamos de fraturas psicológicas”, explicou.

De acordo com a psicóloga, uma simples ameaça pode ser classificada como um trauma psicológico que a criança vai carregar para o resto da vida.

“Há um desenvolvimento de fatores de risco para a saúde mental dessa criança como o próprio stress pós-traumático, depressão, crises de ansiedades que são considerados os mais leves. Mas em muitos casos, há, por parte dessa criança agredida fisicamente, o uso e abuso de drogas, bebidas, auto-mutilação e distúrbios alimentares e afetivos. Esses sintomas são uma forma de fugir dessa vulnerabilidade imposta por traumas do passado como tais agressões”, contou Salomão, que também é mestre em psicologia social pela Universidade Gama Filho (UGF).

Em alguns casos, a proteção em um grau elevado é também um fator que precisa ser revista pelos pais na forma de educar.

*Como denunciar*

Polícia Miliar (190): quando a criança está correndo risco imediato.

Samu (192): para pedidos de socorro urgentes.

Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres.

Qualquer delegacia de polícia.

Disque (100): recebe denúncias de violações de direitos humanos.

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