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quinta-feira, maio 2, 2024

“Ele animava a casa”, diz prima de menino morto há 1 mês na tragédia do Morro do Feijão 

Na madrugada de 10 de dezembro do ano passado, uma forte chuva atingiu o município de São Gonçalo. No Morro do Feijão, no Paraíso, uma família sofreu a consequência mais trágica do temporal: com o desabamento da casa, provocado pela queda de uma enxurrada de lama e pedras, Enzo Gabriel, de apenas um ano e sete meses, morreu soterrado.

Um mês depois, o Lado de Cá entrou em contato com a mãe do menino, mas, devido ao forte abalo emocional, ela disse que prefere não falar ainda sobre o que aconteceu.

Apesar da dor, uma prima de Enzo Gabriel aceitou dizer algumas palavras. Como não poderia deixar de ser, ela contou que o Natal e o Réveillon dos familiares foram os piores de suas vidas.

“Aqui foi um silêncio e um vazio. Era ele que animava a casa. Enzo era carinhoso, esperto, tinha um sorriso e um carisma que conquistavam todo mundo”, lembrou Jamilly Vanelli, de 18 anos. 

No dia da tragédia, Enzo Gabriel estava na casa do avô materno, pois os seus pais enfrentaram alguns problemas e tiveram que se mudar.

Quatro pessoas estavam na residência, mas o menino foi o único que não sobreviveu, apesar dos esforços de parentes e vizinhos, que se uniram em uma busca desesperada para tentar resgatar as vítimas antes da chegada dos bombeiros.

Pela manhã, após a retirada de todos os moradores afetados pelo deslizamento, a prefeitura interditou nove imóveis que tinham risco de desabamento. A família de Enzo Gabriel foi para a casa de parentes.

Em nota enviada nesta semana ao Lado de Cá, a Prefeitura de São Gonçalo afirmou que a Defesa Civil foi ao local no mesmo dia da tragédia, fazendo a interdição das moradias, que segundo o órgão foram construídas irregularmente. A prefeitura ressaltou que tenta resolver o problema dessas casas no Morro do Feijão desde 2008.

Uma equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social também foi à comunidade e fez o cadastro social de quem teve a casa interditada. A secretaria ressaltou que também conscientizou os moradores sobre o risco de voltarem às residências enquanto perdurar a interdição. O órgão afirmou que foi feita a oferta de abrigo e eles não aceitaram, alegando que seriam acolhidos por familiares e amigos.

Até este sábado (9), as nove casas no Morro do Feijão permaneciam interditadas pela Defesa Civil municipal.

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