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domingo, maio 12, 2024

CDL Niterói convoca autoridades públicas para discutir a segurança na cidade

Foto: Divulgação

Depois dos recentes episódios de lojas arrombadas e furtadas em Niterói, uma reunião entre a Presidência, Diretoria e Conselho da Câmara de Dirigentes e Lojistas com membros do poder público foi marcada por debates e novas medidas de segurança para o comércio local. Dentre as propostas apresentadas, um pedido pela mudança na legislação ao tratamento de dependentes químicos moradores em situação de rua, o uso das tecnologias através das câmeras de reconhecimento facial e a criação de um programa “Vizinho solidário”, que prevê atuação da sociedade na denúncia aos casos de furtos.

A reunião aconteceu no início da manhã desta segunda-feira (23), na sede da CDL, onde estiveram presentes os presidentes da ACIERJ; ABRASEL; ADEMI; FIRJAN; OAB Niterói; Sindilojas; o Conselho de Segurança; o Secretário Municipal de ordem Pública, o Coronel Paulo Henrique; o Delegado da 77ª DP, Luiz Henrique; representantes da 76ª DP; do 12º BPM; da Secretaria de Assistência Social; o Vereador e Presidente da Federação de Dirigentes e Lojistas, Fabiano Gonçalves e os empresários e Diretores da CDL Rogério Rosetti e Jorge Gentile.
Dono de uma loja de materiais de construção, Rosetti teve uma de suas lojas (situada em frente a uma delegacia) arrombada e furtada por três vezes em menos de 2 meses, em Icaraí, Zona Sul de Niterói.

“Chega! Se eu fizesse somente o meu papel de empresário, estaria lá na loja comprando e vendendo mais, mas estou aqui discutindo pois não aguento mais pagar esse IPTU e um dos ICMSs mais caros do Brasil, que é uma extorsão e não ter o mesmo retorno de quem nos deve dar. Fazer só o mínimo necessário, não é o bastante ou vamos continuar assim. Tem que haver mudança no STF no que tange à internação e tratamento aos dependentes químicos e tem que ter aumento no efetivo do policiamento porque para nós comerciantes o boleto chega e caro. É inadmissível que a segurança de Niterói não faça uso da inteligência artificial e demais recursos da tecnologia numa era em que vivemos isto. Se não houver um trabalho em conjunto, incluindo a população, Niterói vai se tornar inabitável”, desabafou o empresário.

As imagens das câmeras internas foram divulgadas para a imprensa e o delegado da distrital, Luiz Henrique disse já ter identificado e pedido a prisão preventiva do acusado, que já têm uma longa ficha criminal. O Presidente da Abrasel Leste Fluminense RJ, Sandro Pietrobelli, contou que existe uma pesquisa em que as pessoas em situação de rua responderam: “o que faria eles saírem dessa situação?”. A resposta de 60% foi um emprego. “Nós geramos emprego e merecemos mais. Nós movimentamos a economia e o intuito é nos colocar à disposição. Se existir um programa que pegue esse morador, faça um trabalho com início, meio e fim e coloque esse cara capacitado, vamos fazer um esforço gigante para tentar acolher essas pessoas para dar um emprego. Mais que moradia. Acho que tem que ter do poder público um programa que funcione. É muito retrógrado ver o comerciante chegando à sua loja com grades, fezes e urina nas portas, mal cheiro, lixo e inúmeros prejuízos financeiros e psicológicos”, finalizou.
Empresários criticaram a ausência da Promotoria do Ministério Público no encontro. O Presidente da CDL, Luiz Vieira disse que mais uma vez tentará um encontro com o órgão para que um resumo da reunião de hoje possa ser pauta para a tomada de providências efetivas e que uma comissão permanente irá encaminhar as demandas da cidade ao Governador Cláudio Castro.

*Um mercado paralelo*

Enquanto falta efetividade na segurança pública, cresce o mercado da segurança privada. Foi o que confirmaram alguns dos empresários que chegam a custear cerca de R$ 2.500 mensais com a segurança particular, além dos custos com as empresas de alarmes e monitoramento. 
O Presidente da ADEMI, Bruno Serpa propôs uma parceria com as administrações dos condomínios para que as imagens dos circuitos internos dos prédios possam ajudar na identificação dos furtos, além do “vizinho solidário”, onde a população teria mais iniciativa ao alertar às polícias ao presenciar os fatos. Segundo ele, uma ONG teria ofertado sem custo e com parceria da Enel, 500 câmeras para a cidade, mas o mesmo não foi acatado pelo MPRJ.

E não apenas as lojas arrombadas, mas hidrômetros e cabos da rede elétrica também fazem parte dos furtos, o que alimenta um mercado paralelo, uma vez que donos de ferros velhos podem estar sendo os receptores destas “mercadorias” vendidas pelos usuários de drogas que praticam estes delitos.

“São zumbis pelas ruas que já não respondem por si. Não adianta a polícia prender. A saúde precisa agir e rápido no tratamento a essas pessoas. Assistência social sozinha não resolve”, finalizou Rosetti.

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