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domingo, maio 5, 2024

1934: o fascismo de Mussolini entra em campo

Por Marcos Vinicius Cabral

O primeiro-ministro italiano Benito Musso lini percebeu que a maneira de arrastar multidões era através do futebol. E foi na Copa do Mundo passada, que il Duce – como Mussolini era chamado – começou a construir estádios e reformar outros, enaltecendo assim os seus feitos.

A frase mais utilizada em seus discursos era “Vencer ou morrer!”, que serviria de alerta para os atletas italianos.

Com cara de Mundial, a Copa do Mundo da Itália foi dividida em 12 grupos por critério geográfico, sendo que em cada grupo se classificava um ou dois países. A Seleção Italiana era favorita e teve jogadores naturalizados de outros países – como o brasileiro Anfilógino Guarasi, o “Filó” – além da interferência do ditador no “apito amigo”.

A equipe austríaca – apelidada pela imprensa esportiva de time maravilha – praticava o melhor futebol naquele Mundial mas foi prejudicada pela arbitragem. A final seria o confronto entre Itália e a Tchecoslováquia. No Estádio do PNF (Partido Nacional Fascista), em Roma, 70 mil italianos foram certos que o título se tornaria real.

A partida não foi tão fácil como a torcida esperava e com a vitória de 2 a 1 na prorrogação, o “Vencer ou morrer!” soaria como uma obrigação na conquista do título.

Segundo fiasco – A pior participação da Seleção Brasileira na história das Copas do Mundo ocorreu neste Mundial, disputado na Itália. Eliminado logo na estreia pelos espanhóis, problemas fora das quatro linhas influenciaram no desempenho da equipe brasileira, que mais uma vez viveu a guerra declarada entre cariocas e paulistas.

Se o ditado diz que errar uma vez é humano mas permanecer no erro é burrice, sem ofensas à parte, o Brasil não jogou bola e não aprendeu com os erros da Copa de 1930.

O saldo positivo nessa malfadada competição foi que Leônidas da Silva começou a escrever seu nome na história ao marcar o único gol da seleção brasileira. O sonho do título ficaria para os campos franceses, em 1938.

Curiosidade – O primeiro brasileiro a ser campeão do mundo de futebol foi Filó, que naturalizado passou a se chamar Guarisi.

Fato histórico – O Brasil ganhava sua terceira Constituição da sua história, com 187 artigos, após o Estado de São Paulo exigir do Governo Federal uma Assembleia Constituinte.

País-sede – Itália

Classificação final –

Itália – Campeã
Tchecoslováquia – Vice-campeã
Alemanha – 3º lugar
Áustria – 4º lugar
Espanha – 5º lugar
Hungria – 6º lugar
Suiça – 7º lugar
Suécia – 8º lugar
Argentina – 9º lugar
França – 10º lugar
Holanda – 11º lugar
Romênia – 12º lugar
Egito – 13º lugar
Brasil – 14º lugar
Bélgica – 15º lugar
Estados Unidos – 16º lugar

Artilheiros – Três jogadores de diferentes seleções dividiram a artilharia: o tchecoslováquio Nejedly, o italiano Schiavio e o alemão Conen, que marcaram quatro gols cada um no Mundial.

Craque – Com faro de gol raro, organização tática nas jogadas ofensivas e nas assistências, o italiano Giuseppe Meazza foi eleito o craque da Copa. Ele foi a cabeça pensante da equipe e se consagrou com boas atuações, tornando-se assim capitão da equipe.

Frase – “A força que a CBD apresentará no certame Mundial em Roma, força aliciada, não inspira confiança ao bom brasileiro porque é mercenária, fictícia, força aparente, mas fraqueza autêntica, dissimulada, que tem de periclitar porque os propósitos e as finalidades não são positivamente patrióticas”. (Texto do jornalista Paulo Várzea, publicado pelo jornal “Folha da Manhã”)

A Zebra – Sem nenhuma tradição no futebol, a Suíça venceu a Holanda por 3 a 2, garantindo assim a sétima posição na Copa do Mundo de 1934.

Bola – Era de couro e tinha 12 gomos. Um fato inusitado ocorreu, quando Orsi – jogador italiano – fez um gol de efeito. No dia seguinte, tentou repetir a façanha, mas segundo especialistas, a bola poderia ter sofrido um desgaste e ter ficado torta durante a partida.

Cobertura – Os códigos eram a maneira mais confiável de transmitir mensagens de um ponto para o outro, mesmo que fossem de longas distâncias. Surgia assim telégrafo, e a criação de Samuel Morse, em 1830 mas patenteado apenas em 1837, foi o aparelho que cobriu a Copa do Mundo de 1934.

 

 

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