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sexta-feira, abril 26, 2024

Recuperada da Covid, mãe de gêmeos revê filhos recém-nascidos em Maricá

Stefane demorou um mês para rever os gêmeos Enzo e Miguel por causa da Covid-19 (Foto: Vinícius Manhães/Divulgação)

“Mãe, na sua graça, é eternidade”, disse o escritor Carlos Drummond de Andrade, em “Lição de coisas”. A alta de uma mãe de gêmeos, que contraiu Covid dias depois de dar à luz, é um motivo a mais para se comemorar. Foi o que aconteceu, nesta semana, com Stefane de Oliveira Carvalho Damasceno, de 26 anos. A puérpera foi atendida na UPA de Inoã, no Hospital Municipal Conde Modesto Leal e, por fim, no Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, onde ficou por exato um mês, até ir para casa no dia 21.

Foto: Vinícius Manhães/Divulgação

Além da alta e de poder finalmente estar com os recém-nascidos, Stefane ganhou um presente a mais: equipes da saúde realizaram uma campanha para arrecadação de leite e fraldas para a família. Um alívio que ela não cansa de comemorar. “Foi muito difícil ter ficado esse tempo todo no hospital, sentia muita falta dos meus filhos, pensei que não fosse voltar, mas graças a Deus estou aqui. Estou feliz, estar em casa é maravilhoso, estar perto deles é maravilhoso”, disse Stefane, olhando para os gêmeos Enzo e Miguel, que dormiam tranquilamente ao seu lado. “É uma nova vida, com duas novas vidas. Só quero agora continuar”, acrescentou, agradecendo às equipes de Saúde que a atenderam. “Foram maravilhosos comigo, sou muito grata mesmo”, completou, emocionada. “Só tenho a agradecer”.

Foto: Vinícius Manhães/Divulgação

Stefane chegou ao Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara com 14 dias pós-parto, com complicações respiratórias. Nas primeiras 24 horas que chegou precisou ser entubada. Foram duas semanas de intubação, até que a situação foi revertida, foi desentubada e encaminhada para a unidade semi-intensiva, porque não apresentou nenhuma outra complicação sistêmica.

“Em um caso como esse, a situação é bem mais difícil porque estamos lidando com um organismo debilitado. A gestante cede muito dos nutrientes dela para a formação do feto – no caso de Stefane, dos fetos – e depois também no período de amamentação. Isso quer dizer que ela chegou aqui como convalescente, como se fosse alguém que acaba de passar por uma doença, embora seja jovem. O fato requer mais atenção e compreensão de que teria um tempo diferente de recuperação, até para troca de medicação”, explicou o médico de rotina do Centro de Terapia Intensiva do hospital, Rogério Araújo, que a acompanhou de perto.

De acordo com a psicóloga Jaqueline Alcântara, a paciente teve muitas crises de ansiedade e, por isso, estava recebendo suporte da equipe.

“A questão dos filhos, a distância, não poder amamentá-los, estava trazendo muita angústia. A noite era mais difícil. Tivemos que fazer várias intervenções, aplicar técnicas de relaxamento, para ela se sentir melhor, se acalmar”, conta Jaqueline,a responsável técnica pela equipe de Psicologia do Che Guevara.

Enzo e Miguel nasceram dia 7 de maio, no Hospital Municipal Conde Modesto Leal. Stefane também é mãe de Helena, de 4 anos. Quem cuidou dos pequenos enquanto ela esteve internada foi a mãe dela, Cristina Aparecida de Oliveira, de 50 anos.

Foto: Vinícius Manhães/Divulgação

“Isso (a campanha de doação) nos trouxe muita tranquilidade. Os bebês mamam bastante e já estavam sentindo falta da mãe desde o primeiro dia distante dela. Só temos que agradecer a todos, dos médicos e enfermeiras às assistentes sociais, às psicólogas, aos profissionais da limpeza, que cuidaram tão bem da minha filha e ainda foram tão solidários fazendo essa campanha. Agradeço esse apoio, que também veio em forma de oração. Que Deus abençoe a todos e dê em dobro”, diz Cristina, mãe de Stefane.
“Esse tipo de ação nos dá muito orgulho. São profissionais humanizados e solidários, como todos devem ser, olhando além da casca, além do necessário, e preocupados com o bem-estar amplo do paciente”, relata a secretária de Saúde de Maricá, Simone Costa.

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