Do Jardim Catarina à Alemanha: a história do mágico ilusionista Patrick

Caçula de seis irmãos, Marcelo da Silva Lima, viveu boa parte de seus 49 anos no Jardim Catarina, em uma casa humilde de São Gonçalo. Obrigado a trabalhar desde cedo, aos 12 anos de idade, ele já dividia seu tempo como estudante no Colégio Estadual Trasilbo Filgueiras, no Jardim Catarina, com as obrigações como jornaleiro no bairro Almerinda, no mesmo município.

“Aos 12 anos de idade, fui o primeiro a ter uma banca de jornal no bairro Almerinda e depois fui parar na Rua 10, no Catarina”, recorda com certo orgulho. Católico, Marcelo começou a lutar pelo pão de cada dia e, certa vez, foi assistir a liturgia da Paróquia Santa Catarina Labouré, no ponto final do 484. “Ali que tudo começou, eu acho. Por ser extrovertido, na falta do palhaço, eu o substituí. Foi uma noite inesquecível e de muitas risadas”, recorda.

O tempo passou e, com ele, novos sonhos foram surgindo em sua vida. Um deles era ser militar. Marcelo chegou a servir por um ano no extinto 3º Batalhão de Infantaria (3º BI), na Venda da Cruz, em Niterói, mas acabou sendo dispensado após um terrível engano. “Meu nome de guerra era Marcelo e pedi para engajar, mas o sargento trocou o meu pedido com o de um outro soldado de mesmo nome. Com isso, ao invés de me engajar, ele me dispensou, e o outro Marcelo que queria ser dispensado, foi engajado”, conta, aos risos.

“Acho que o destino me colocou em um outro caminho, pois meus superiores no quartel viviam dizendo que eu era muito ‘palhaço’ para seguir no militarismo”, conclui.

Mas o que Marcelo queria mesmo, não era fazer rir, e sim, impressionar sua plateia. “O mágico ilusionista está pronto quando manipula bolinhas, cartas e moedas. E, graças ao mestre Reis, estava pronto para isso”, diz sobre o saudoso mágico do Ciclo Brasileiro de Ilusionismo, onde estudou.

Até hoje o mágico ilusionista não se esquece de sua primeira apresentação: “Poxa, era legal. Foi no Clube do Arrepio Festas, na Barra da Tijuca. Eu ganhava R$ 25 reais toda vez que subia ao palco. Eram duas vezes no sábado e duas no domingo”, relembra, afirmando que nesse período, já era formado em artes cênicas pelo Teatro Municipal João Caetano, em Itaboraí.

Em seguida, já na Caravana Petrobrás Cultural, Marcelo mostrou sua mágica em praças públicas de todo o país. No mundo de ilusões que criou pelo Brasil, acabou encontrando no caminho um amor de verdade: a atriz Paola Hernandes, que hoje é sua esposa. “Um certo dia, o diretor da caravana disse que queria unir mais os artistas do circo com os de teatro. Aí a gente levou isso ao pé da letra e resolvemos nos casar”, diz a professora de artes, casada desde 1997 com o mágico.

O casal ultrapassou as fronteiras brasileiras e viajou o mundo, atuando no Festival de Mágica Internacional (FISM), realizado em Portugal, no ano de 2000 e, depois trabalhando durante um período no segundo parque mais famoso da Europa, o Europe Park, na cidade de Rust, na Alemanha. “Essas experiências foram determinantes para hoje vivermos da nossa arte”, confessa Patrick, que entre uma mágica ou outra, criou um workshop chamado ‘Ciência ou Mágica?’, que é comercializado via internet. “Fazemos mágica usando física, matemática e química, e vendemos para escolas públicas e para o Sesc e Sesi”, conta.

Hoje, o casal vive na cidade de Maricá e, com a pandemia do novo coronavírus, a dupla tem se mantido isolada no município e feito apresentações no YouTube.

Nos shows online, o casal conta com a luxuosa ajuda de um de seus dois filhos, a pequena Letícia, de apenas 7 anos.

Serviço:

Para conhecer um pouco mais sobre a arte do ilusionista e assistir as apresentações  basta acessar o canal “Patrick, o Magico!!!” no YouTube ou acompanhar o seu trabalho nas páginas do facebook e do Instagram.