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sexta-feira, abril 26, 2024

Devassa no TRT-RJ: Polícia Federal prende 4 desembargadores suspeitos de falcatruas com Witzel

Um desdobramento da Operação Tris in Idem, que afastou do cargo o então governador Wilson Witzel (PSC), em agosto de 2020, por suspeita de fraudes com recursos da Saúde, resultou nesta terça-feira (02) na prisão de quatro desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ).

A Operação Mais Valia foi desencadeada pelos agentes federais e procuradores do Ministério Público Federal (MPF). Eles investigam o pagamento de vantagens indevidas a magistrados para que eles beneficiassem membros do esquema criminoso supostamente instalado no governo Witzel, que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro e enfrenta processo de impeachment.

Desembargador Marcos Pinto da Cruz: um dos magistrados presos. Reprodução

Os agentes foram às ruas para cumprir 11 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighi, a pedido da Vice-Presidência da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Um dos desembargadores que foram alvos da ação, Marcos Pinto da Cruz foi preso em sua mansão no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Em nota, o TRT ressaltou “seu compromisso com a legalidade” e informou estar “à disposição das autoridades no que for necessário para auxiliar nas investigações que levem ao total esclarecimento dos fatos”.

Confira os alvos dos mandados de prisão

Antônio Carlos de Azevedo Rodrigues, desembargador
Eduarda Pinto da Cruz, operadora
Fernando Antônio Zorzenon da Silva, desembargador
José da Fonseca Martins Junior, desembargador
Leila Maria Gregory Cavalcante de Albuquerque, operadora
Manoel Messias Peixinho
Marcello Cavanellas Zorzenon da Silva, operador
Marcos Pinto da Cruz, desembargador
Pedro D’Alcântara Miranda Neto
Sônia Regina Dias Martins, operadora
Suzani Andrade Ferraro, operadora

As investigações apontam que o TRT era um dos três núcleos do esquema de corrupção no governo Witzel. Para os procuradores do MPF, esse núcleo beneficiaria Organizações Sociais (OSs) que tinham valores a receber do estado por serviços prestados em anos anteriores, os chamados “restos a pagar”.

As OSs, diz a PGR, também seriam beneficiadas com a aceleração de processos trabalhistas para obtenção da certidão negativa de débitos. Esse documento permite que as OSs voltem a firmar contratos com o poder público.

Em uma rede social, o governador afastado Wilson Witzel criticou o recebimento da denúncia pelo STJ e disse que jamais praticou crime.

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