O Boletim Coronavírus da Prefeitura de São Gonçalo desta quarta-feira (05) registrou a marca de 2 mil mortes por Covid-19 na cidade. A quantidade é a soma de cerca de mil óbitos de março de 2020 até o dia 2 de janeiro de 2021. Nesses primeiros quatro meses do ano, a epidemia se tornou mais letal e outros mil pacientes morreram.
De acordo com o boletim atualizado da Secretaria Municipal de Saúde, São Gonçalo contabiliza 71.836 casos confirmados, 69.546 curados, 98 hospitalizados na Rede Pública Municipal de Saúde, 218 em quarentena domiciliar e 192 óbitos em investigação.
Abaixo o depoimento de parentes de vítimas da pandemia:
Luciene Alves conta sobre a perda da sua mãe, a professora aposentada Lucília de Oliveira, de 80 anos, que deixou 3 filhos, 5 netos e 2 bisnetos. Lucília foi docente e diretora da Escola Estadual Nilma Goulart Brandão, no Salgueiro.
A idosa foi Internada no Pronto Socorro Central (PSSG) devido a uma fratura no fêmur, e permaneceu lá durante 15 dias. Ao retornar para casa, após dois dias, foi novamente internada no Hospital Estadual Alberto Torres com sintomas de Covid-19. De lá foi levada para o Hospital João Batista Cáffaro (Manilha), onde morreu em 19 de março.
“Desde o início sempre tivemos muito cuidado aqui em casa, pois sabíamos que a doença era real e perigosa. Fui vítima da Covid em dezembro, mas mesmo assim, morando na mesma casa, consegui manter minha mãe e minha família longe do contágio.Foi um golpe muito duro ver que ao sair da internação no início de março ela tinha contraído a Covid. Ela estava ao lado do Polo de vacinação Washington Luiz. Nós familiares chegamos a questionar o hospital sobre a aplicação da vacina nos idosos que ali estavam. Surpreendeu-nos e chocou muito saber que não havia sequer uma política de vacinação por parte da saúde municipal para aqueles doentes em estado tão vulnerável que se encontravam acamados no P.S. Central, prédio este que faz parte de um mesmo complexo. A data que seria para ela se vacinar se deu dentro do seu período de internação. Resumindo, tudo poderia ter sido evitado se a vacina tivesse chegado a tempo. A vida dela e de milhares de outros cidadãos poderiam ter sido poupadas se a vacina tivesse chegado mais cedo ao país e se o município tivesse uma política melhor de vacinação para esses idosos”. Questiona a filha, que também é professora.
Nana Patrizzi perdeu a filha para a Covid-19 em abril. A jovem empresária Marcella, de 30 anos estava grávida e o bebê foi salvo no parto, sem ser contagiado. A mãe segue muito triste pela perda da filha e esta com sinais de depressão. Marcella foi internada no dia 30 de março e faleceu no dia 19 de abril. Nana fala de como tudo foi muito rápido e muito forte para a família, que agora cuida dos filhos de Marcella (O recém nascido e o irmão dele de 9 anos).
“O bebezinho esta em casa agora, ele é prematuro. Eu agora vou cria-lo junto com o irmãozinho de nove anos. Ela (a filha) estava bem até aparecer uma dor no corpo e dor de cabeça. Foi ao médico e foi logo internada, e não voltou mais para casa. Temos que nos proteger, esse vírus é mal”. Desabafa a avó.
A prefeitura respondeu por nota sobre as ações para o combate à pandemia:
Em seu primeiro dia de trabalho após a posse, o prefeito Capitão Nelson vistoriou as unidades referenciadas no atendimento a pacientes com covid-19 no município, deixando claro que a Saúde seria sua prioridade imediata. Naquele dia, determinou a expansão do número de leitos, o que já é uma realidade no Hospital de Retaguarda Gonçalense. A unidade teve a UTI ampliada e hoje conta com 26 leitos (eram 14 em janeiro), além dos 36 de enfermaria. O governo criou um grupo de trabalho específico para definir as estratégias – o gabinete de crise para covid-19 – a serem adotadas no combate à pandemia, sempre a partir de critérios científicos, seguindo os relatórios epidemiológicos.
A Secretaria de Saúde montou uma força-tarefa para estruturar o atendimento à população durante a campanha de vacinação. Dos cinco locais que iniciaram as atividades, no final de janeiro, o município hoje conta com doze pontos de vacinação, dos quais quatro também atendem em sistema drive thru. O município também ingressou no Conectar – Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras. Trata-se de iniciativa da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que visa à aquisição de vacinas contra a covid-19, além de medicamentos, insumos e equipamentos de saúde.
Diariamente, desde que assumiu a Prefeitura de São Gonçalo, Capitão Nelson percorre as unidades de saúde, para acompanhar o atendimento à população.
Outra determinação do prefeito foi o aumento do serviço de testagem em pessoas com sintomas de covid-19 no município. A Secretaria de Saúde está comprando mais 300 mil testes, entre rápido e RT-PCR, que serão realizados em doze locais de “porta aberta” na cidade, além das unidades hospitalares. Atualmente, a secretaria realiza uma média de 3,5 mil exames por semana. A sanitização também segue sendo realizada diariamente, com rotas definidas a partir do número de casos confirmados. Todos os bairros e prédios públicos recebem o serviço de sanitização.
Várias medidas restritivas de proteção à vida vêm sendo adotadas, nas últimas semanas, para reduzir a transmissão do vírus e evitar aglomeração de pessoas. As decisões são tomadas de acordo com os dados epidemiológicos monitorados diariamente pela Secretaria de Saúde. Para garantir o cumprimento destas medidas, a Prefeitura vem realizando fiscalizações diárias, durante o dia e à noite, através de ações integradas que envolvem as Secretarias de Saúde, através da Vigilância Sanitária, de Ordem Pública, através da subsecretaria de Posturas e Guarda Municipal, e de Transportes.