Barba, cabelo e sacolé: Empreendedor se divide entre o salão e as ruas para sobreviver na pandemia

Barbeiro e vendedor de sacolé gourmet: Romerson respira aliviado por ter conseguido manter os dois negócios na crise da Covid-19 (Fotos: arquivo pessoal)

Nesses tempos difíceis de pandemia e de economia desaquecida, os pequenos empreendedores da Região Metropolitana têm feito malabarismos para conseguir sobreviver e manter os seus negócios. O barbeiro Romerson Assis da Silva, de 29 anos, é um deles. Conhecido como RM, o profissional das tesouras abriu uma pequena fábrica de sacolés gourmet em São Gonçalo.

O desafio atual de RM é não fechar nenhum dos seus empreendimentos, já que a crise sanitária imposta pela Covid-19 não só tirou milhares de vidas como também causou danos à economia. O barbeiro, que tem nove anos de profissão, resolveu diversificar: virou também vendedor de sacolé, atividade que ele começou a encarar há cerca de três anos.

Romerson em ação na sua barbearia

“Era um sonho de menino ser barbeiro, uma área que sempre gostei. Antes trabalhei em outras empresas até me formar como profissional nessa área onde estou hoje”, explica RM, que teve o primeiro contato com a profissão quando um amigo o chamou para trabalhar em uma barbearia.

Além de barbeiro, Romerson ensina a sua arte: ele é instrutor em sua loja, no Coelho.

A ideia dos sacolés surgiu em casa junto com a mulher, Vanusa, e foi prosperando com as vendas que no início se concentravam nas praias de Camboinhas e do Sossego, em Niterói.

“Começamos vendendo em casa como uma forma de fazer uma renda a mais para ajudar nas despesas, mas as vendas foram aumentando até que surgiu a ideia de ir para a praia aos domingos. E foi uma ótima ideia porque todos os sacolés eram vendidos. Com essa boa saída, colocamos vendedores para trabalhar para a gente e a demanda foi muito grande. Assim, o Sacolé da Tia Vanuza era vendido nas praias, nas ruas e com entregas em domicílio”, lembrou.

RM quando batalhava na areia

Com as medidas restritivas impostas na Região Oceânica de Niterói, o negócio dos sacolés na orla “melou”. RM foi obrigado a remanejar as vendas para as ruas do Coelho e de Alcântara, em São Gonçalo. O fechamento de vários setores na pandemia afetou também a barbearia e o empreendedor viu como foi bom ter um segundo negócio para ajudar nas despesas.

“O fechamento de escolas, lojas, casas de show e bares me afetou bastante porque todo mundo corta cabelo para ir à escola, para trabalhar e curtir a noitada”, explicou.

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