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sexta-feira, abril 26, 2024

O Karatê, originalmente, era uma arte que passava de pai para filho. Durante muitos anos, foi difundido como um esporte masculino, por se tratar de uma arte de combate e pelo senso comum, na época, de achar que o Karatê era uma arte marcial para homens. Porém, desde que as mulheres invadiram o universo das artes marciais e mostraram do que são capazes, que a história começou a mudar. De uma arte passada de pai para filho a uma arte passada de mãe para filhas! Como é o caso da Valéria Ribeiro, a karateca que tem três filhas que seguem seus passos na arte. Mas o amor pelo Karatê está no DNA, com o mestre da família sendo o próprio pai, o Sensei Antônio Moisés.

Valéria Ribeiro conheceu o mestre Antônio Moisés, quando tinha 12 anos, através de seu irmão que começou a praticar o Karatê. Nessa época não imaginava que estava diante daquele que, um dia, seria o seu marido. Tudo começou quando foi com a família em uma igreja que ficava embaixo de uma academia e seu irmão ouviu os Kiai, que são os gritos dos karatecas. Imediatamente, o irmão exclamou “É Karatê, mãe!”, subiu correndo para ver, se identificou e começou a treinar. Valéria tinha outros interesses, como balé, jazz e, por essa razão, não quis treinar o Karatê, de imediato. Mas, ali, conheceu o Sensei, que viria a ser seu mestre e marido.

Para quem, de cara, não se identificou com o Karatê, Valéria acabou amando as artes marciais, tendo se tornado uma Faixa Preta 2º Dan de Karatê Shotokan, Faixa Roxa de Kung Fu e passado pelo Taekwondo, antes mesmo do Karatê. Por ser muito nova, quando começou a treinar o Taekwondo sua mãe não quis assinar para que pudesse seguir nos treinos, então, teve que sair. Mas o interesse pelas artes marciais foi crescendo, principalmente por influência dos filmes do Jackie Chan, Jet Li e James Bond 007, porque admirava os movimentos que faziam. Os treinos tornaram-se sérios e frequentes quando, a convite do irmão, fez a primeira aula de Kung Fu. Com o passar do tempo, começou a se envolver com o Karatê e acabou se apaixonando.

Hoje, faz parte da Associação Teruo Furusho, do mestre Antônio Moisés, e os treinos acontecem em Alcântara, na Academia Arion Team, onde tem uma sala de estética, e Valéria, além de ser professora de Karatê, é massoterapeuta e esteticista. Também fez um curso de Shiatsu, que trabalha com terapias corporais, aurículas, técnicas orientais que trabalham o espírito e ajudam a resolver e amenizar uma série de problemas através de pontos auriculares.

Sobre ser professora de Karatê, Valéria se dedica ao trabalho com crianças e explica que “trabalhar com crianças não é fácil, porque você tem que desenvolver a disciplina e fazer com que se interessem pela arte marcial. Mas é uma coisa que gosto de fazer! No meu caso, peguei crianças bipolares, crianças com desequilíbrios diversos, e acaba sendo satisfatório ver o desenvolvimento da criança através do ensino do Karatê. É bastante gratificante e você aprende também. Elas te ensinam o carinho, o amor, e criam um laço com a gente que não tem preço. É um carinho muito grande”.

Para a Valéria atleta o Karatê também trouxe vários benefícios, inclusive com a timidez. Era uma pessoa que tinha muita vergonha de tudo e, hoje, conversa mais. Sempre foi observadora, mas passou a observar com mais sabedoria. Antes de responder sobre qualquer questão, pensa muito e evita várias discussões. E afirma que: “O Karatê me ajudou, e ajuda, no dia a dia. Proporciona um equilíbrio espiritual. E entre os preceitos que mais gosto está “conter o espírito de agressão” e “respeitar acima de tudo”. Então, sempre uso isso a meu favor. E se tornou uma das coisas que mais me ajudou a ter equilíbrio comigo mesma.”

Mãe de três praticantes de artes marciais, Valéria afirma que o Karatê é uma paixão de toda família! A filha Lorrany é Faixa Roxa, a Jenifer é Faixa Vermelha, a Kauany é Faixa Branca e o marido é Faixa Preta 6º Dan de Karatê.

Uma família karateca de verdade! A mais nova, gosta de falar que já fazia Karatê na barriga da mãe, que não sabia que estava grávida e manteve o treinamento, ressalta Valéria:

“A minha neném de sete anos costuma falar que faz Karatê desde minha barriga, porque aos três meses, não sabia que estava grávida. Eu fazendo Karatê e ela, ali, mexendo dentro da minha barriga. Em uma luta com o sensei (meu marido), senti uma coisinha mexendo dentro de mim. Quando cheguei em casa comecei a apalpar a barriga, descobri um ovinho e que estava grávida. Hoje ela fala isso pra mim “mãe, eu faço Karatê desde quando eu estava na sua barriga”.

O Karatê, como se pode observar, é uma arte que pode ser praticada por toda a família, passando a ser um momento, inclusive de união. Independente de idade ou gênero, todos podem usufruir dos benefícios de suas filosofias e da parte física. Não tenha nenhum tipo de receio. Gostou da ideia? Corre e matricule toda a família em um treino de Karatê! Mas não se esqueça de conferir as credenciais de quem oferece o serviço. Pesquise, sempre, antes de se inscrever para praticar qualquer arte marcial.

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