A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (26) o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Segundo uma reportagem da TV Globo, a ordem de prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do inquérito que apura a captação de recursos para atos que defendem o fechamento do Congresso e do tribunal.
A TV Globo apurou que, nos monitoramentos, a Polícia Federal identificou que nos últimos dias Eustáquio esteve no município de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, e foi identificado risco de fuga. Por isso, a PF pediu a prisão do jornalista ao ministro do STF.
A prisão é temporária e tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco.
Segundo as investigações, Oswaldo Eustáquio defende a ruptura institucional.
Os investigadores citam por exemplo uma postagem em que ele afirma: “Esse Supremo Tribunal Federal… corrupto… corrupto, que que ele fez? [Está] mancomunado com o Rodrigo Maia. [….] Em 64 não houve golpe militar, foi um contragolpe… porque daqui a pouco as pessoas vão falar: Oswaldo, você é a favor de uma intervenção militar? Não, eu sou a favor de uma intervenção do povo”.
O canal que Eustáquio mantém na internet tem mais de 264 mil inscritos. A Procuradoria Geral da República (PGR) determinou a quebra dos sigilos do blogueiro e quer apurar se a página recebe dinheiro pela divulgação dos atos.
Eustáquio é próximo da extremista Sara Giromini, que também já foi presa ao longo das investigações dos atos antidemocráticos.
Em abril, o blogueiro fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais com o ex-deputado e aliado bolsonarista Roberto Jefferson. O vídeo teve 1,82 milhão de visualizações e foi compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro e por diversos apoiadores.
Eustáquio também foi condenado a pagar R$ 15 mil por danos morais ao jornalista Glenn Greenwald por ter ofendido a mãe dele. O blogueiro afirmou que Glenn mentiu sobre o estado de saúde da mãe para conseguir acelerar a concessão de visto para seus filhos e deixar o país.