Leilane Neubarth, jornalista da GloboNews, se envolve em polêmica com comerciante de São Gonçalo nas redes sociais

De um dia para o outro, em plena quarentena determinada pela epidemia de coronavírus, o comerciante Antonio de Souza Silva, 58, o Tuninho Bocão, dono de um pequeno restaurante de comida a quilo e de quentinhas, no Engenho do Roçado, em São Gonçalo, viu seu nome envolvido numa grande polêmica com a jornalista Leilane Neubarth, da GloboNews, nas redes sociais.

Ao anunciar, no seu twitter a chamada para uma reportagem sobre o fechamento temporário do hotel Copacabana Palace, pela primeira vez em 97 anos, por conta do coronavírus, um internauta fez um comentário pedindo que a jornalista também falasse do fechamento do restaurante de Tuninho Bocão, pelo mesmo motivo.

“Fala do self service do meu amigo Toninho Bocão também. Ele fechou desde semana retrasada e não sabe como irá alimentar a família a partir de hoje”, postou o leitor José Maurício da Silva.

Reprodução Globonews

“Ele é importante para a economia do Estado do Rio como o Copa? Se for falamos…”, retrucou a jornalista, o que desencadeou uma série de críticas de internautas que consideraram a resposta de Leilane como arrogante e que desprezaria a importância dos pequenos comerciantes na cadeia econômica do Estado.

Na sequência, o próprio Tuninho Bocão publicou um longo texto no seu facebook, na tarde desse domingo de Páscoa (12), onde conta sua trajetória de vida e pede respeito da jornalista aos pequenos comerciantes de bairros, que assim como ele, ajudam a movimentar a economia do estado, mas também sustentam suas famílias através da renda gerada.

“Tenho 58 anos, sou comerciante há mais de 40, e foi através do meu pequeno comércio que construí tudo que tenho, o que não é muito em questão material, mas em questão moral é gigante! Como assim não tenho importância para a economia do Estado do Rio de Janeiro?”, questiona Tuninho Bocão na postagem.

Na página, o comerciante gonçalense posta fotos no restaurante, onde costumava servir almoços a peso e quentinhas, diariamente para moradores do Engenho do Roçado e funcionários de outras lojas comerciais do bairro, até o dia 18 de março, quando teve que fechar o estabelecimento por conta da ameaça da epidemia de coronavírus.

Casado há 28 anos, ele conta com a ajuda da esposa, Maria Regina, 58, e dos filhos, Lays, 26, e Renan, 25, para administrar o restaurante. “Meus filhos foram criados através desse ‘comércio sem importância’ para o Estado do Rio (como disse a jornalista). Consegui realizar um dos sonhos da minha filha que era a faculdade de Direito. E graças ao meu pequeno comércio, consegui! Hoje ela é bacharel em Direito”, afirma o comerciante. Até a tarde desse domingo (12) a publicação já contava com mais de 200 compartilhamentos.

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