Fundador da ‘Ricardo Eletro’ é preso em esquema de lavagem de dinheiro que sonegou R$400 milhões

O fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro, Ricardo Nunes foi preso na manhã desta quarta-feira em São Paulo (08).

A prisão fez parte da operação “Direto com o Dono”, feita por uma força-tarefa formada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil.

De acordo com as investigações, aproximadamente R$ 400 milhões em impostos foram sonegados. A rede de varejo cobrava dos consumidores, embutido no preço dos produtos, o valor correspondente aos impostos, mas não fazia o repasse ao estado.

Segundo o portal de notícias G1, os bens  de Ricardo não estão registrados no nome dele, mas de suas filhas, mãe e de um irmão. Segundo a força-tarefa, o crescimento do patrimônio individual do principal sócio ocorreu na mesma época em que os crimes tributários eram praticados, o que caracteriza lavagem de dinheiro.

Além dos mandados de prisão, a Justiça determinou o sequestro de bens imóveis do empresário, avaliados em cerca de R$ 60 milhões, para ressarcir danos causados ao estado de Minas Gerais.

A filha de Ricardo, Laura Nunes, também foi presa, na Grande BH. De acordo com a força-tarefa, a pena do crime tributário pode chegar a 2 anos de reclusão. Já a pena por lavagem de dinheiro varia de 3 a 10 anos de prisão.

A empresa Ricardo Eletro divulgou nota à imprensa e se colocou à disposição para colaborar com as investigações. Confira o posicionamento da empresa:

“A Ricardo Eletro informa que Ricardo Nunes e/ou familiares não fazem parte do seu quadro de acionistas e nem mesmo da administração da companhia desde 2019. A Ricardo Eletro pertence a um fundo de investimento em participação, que vem trabalhando para superar as crises financeiras que assolam a companhia desde 2017, sendo inclusive objeto de recuperação extrajudicial devidamente homologada perante a Justiça, em 2019.

Vale ainda esclarecer que a operação realizada hoje (08/07) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil, faz parte de processos anteriores a gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia.

Em relação à dívida com o Estado de MG, a Ricardo Eletro reconhece parcialmente as dívidas e, antes da pandemia, estava em discussão avançada com o Estado para pagamento dos tributos passados, em consonância com as leis estaduais.

A Ricardo Eletro se coloca à disposição para colaborar integralmente com as investigações”.

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