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terça-feira, maio 14, 2024

Espetáculo reflete sobre códigos racistas no Teatro da UFF, em Niterói

“Tem alguém aqui que ache que perseguição do segurança é coisa da minha cabeça? Que porteiro mandar preto para o elevador… Vocês acham que eu estou assustada demais? Vocês acham que a gente só deve falar sobre isso com um filho quando ele vier a sofrer algum tipo de discriminação? Que ele vai se tornar um homem preto rancoroso?” Estas e outras tantas perguntas urgentes são o mote e a matéria-prima da peça “Ninguém sabe meu nome”, com texto e idealização de Ana Carbatti, também intérprete, e direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti. O monólogo terá duas únicas sessões em Niterói, no Teatro da UFF, no próximo final de semana, dias 20-08 (sábado, às 20h) e 21 (domingo, às 19h).

A personagem da peça, uma mãe preta, conta que um de seus maiores sonhos é ver o filho preto ultrapassar a marca dos 30 anos. E desfia uma lista de recomendações que sintetizam a angústia de milhões de mães no Brasil e no mundo.

Algumas delas são: seja educado, não use óculos escuros, não reaja pela emoção, não responda, não faça movimentos bruscos, corte os cabelos, não perambule à noite, não use pullover com capuz, deixe as mãos sempre à vista, nunca esqueça a carteira de identidade, não corra, entre outras.

“Ninguém sabe meu nome” propõe, sem deixar de lado o humor e a empatia, uma reflexão sobre como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta.

A peça foi concebida para dialogar com todos os públicos, e não somente com o público preto. Sem panfletarismo ou tons acusatórios, mas amorosamente, convida a todos que se entendem brancos num país mestiço a refletir sobre o que ainda não foi feito e é preciso fazer para combater o racismo estrutural.

Os ingressos têm preço único: R$ 30. O Teatro da UFF fica na Rua Miguel de Frias 9, Icaraí.

 

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