Tragédia interrompe os 1.523 dias de uma história de amor

Militar morto em acidente no Barreto estava casado há pouco mais de um mês

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“Toda vez que fecho os olhos, lembro do seu sorriso doce e seu olhar sincero”. As palavras são da estudante de Psicologia Allana Sampaio Soares, de 24 anos, ao recordar do semblante do cabo da Marinha Manoel Antônio Soares Chaves, 26, com quem conviveu durante 1523 dias. Uma história de amor interrompida de forma trágica, pouco mais de um mês após o ‘sim’ no altar. O militar morreu em um acidente de moto na Rua João de Deus Freitas, no Barreto, em Niterói, na última sexta-feira (18/09),

Naquela manhã, o destino interromperia uma história de amor entre dois jovens apaixonados pela vida e um pelo outro. “A gente se conheceu pelo capricho do destino. Sou baiana de Feira de Santana e moradora de Trindade, em São Gonçalo; e ele, mineiro de Canaã, morador do Barreto, em Niterói. Começamos a namorar pouco tempo depois de a gente se conhecer”, recorda Allana.

Momentos em que dividiram alegrias, tristezas, sorrisos e choros, desde o primeiro beijo naquela noite de sábado, 16 de julho de 2016, na Repartição Gourmet, Centro de São Gonçalo, até o fatídico telefonema recebido no dia do acidente.

“Eu vivi coisas boas ao lado dele e ele enfrentou coisas ruins ao meu. Lembro que quando descobri a Doença de Hodgkin que tive – um tipo raro de câncer que se origina no sistema linfático – ao saber, ele se ajoelhou e me pediu em casamento. Nunca vou esquecer desse dia”, emocionou-se.

A queda de cabelo em virtude da quimioterapia e o excesso de peso provocado medicação não foram motivos para afastar Manoel de sua amada. Muito pelo contrário, ele decidiu lutar com Allana até vencerem juntos a doença.

“Meu cabelo era grande e até apelido eu ganhei em virtude disso. Passei a ser chamada de ‘leãozinho’. Foi quando recebi um leãozinho de pelúcia de presente, pois ele dizia que um dia eu voltaria a ter o meu cabelo grande de volta. Vencemos o câncer no dia 20 de abril, e em seguida remarcamos o casamento, adiado em virtude da pandemia. Ele estava feliz, e eu mais ainda. Nossos familiares felizes com a nossa união”, disse.

“Eu amei intensamente e fui amada da mesma forma. Sei que ele teve uma missão aqui a cumprir. E cumpriu. Hoje está no céu, olhando por mim. Manoel me apresentou o amor mais puro e mais genuíno que possa existir entre um homem e uma mulher. Foi meu melhor amigo, meu companheiro, me dava força e estrutura para passar por qualquer obstáculo”, finalizou.

A missa de sétimo dia de Manoel será realizada nesta quinta-feira (24), às 19h, na Igreja Matriz de São Gonçalo, no Zé Garoto.

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