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quarta-feira, maio 15, 2024

Ministério da Saúde se baseia em dados do IBGE de 2010 e envia menos vacinas contra Covid-19 para Maricá

Zé Gotinha na campanha contra a Covid-19 (Divulgação)

A Prefeitura de Maricá segue tentando convencer as autoridades do Ministério da Saúde e do Governo do Estado para reverter o volume fraco de imunizantes enviados a cidade.

Segundo o Governo Municipal, as autoridades estão usando dados defasados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e enviando doses de vacinas em quantidade que não estão atendendo a demanda local. A prefeitura cita entregas com apenas 140 doses, que segundo a assessoria, não deu para atender o grupo de risco.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a imunização contra Covid-19 em Maricá, poderia estar mais avançada se os responsáveis por definirem os quantitativos de doses destinados à cidade tivessem levado em conta os seguidos pedidos de reconsideração enviados pelo município e mandassem o volume compatível com as necessidades e com a estatística correta.

Como isso não acontece, cenas como a da última terça-feira (1°), quando Maricá recebeu um lote com apenas 140 doses de CoronaVac, continuam se repetindo. A quantidade recebida é tão pequena que servirá somente para aplicar a segunda dose em gestantes.

Nas últimas remessas do mesmo imunizante, o mesmo problema: no início de maio, o estado havia recebido 90 mil doses de CoronaVac do Ministério da Saúde, mas só 640 chegaram aos braços dos maricaenses.

No dia 18 de maio, a desproporção foi igual: o Ministério da Saúde teria pedido o quantitativo ao estado, este solicitou 171 mil doses, recebeu quase 180 mil e só destinou 3.320 doses à cidade, que precisava de 4.500 para zerar a demanda pela segunda aplicação.

Desta vez, o estado recebeu do MS cerca de 10 mil doses de CoronaVac e novamente destinou pouco mais de 1% para Maricá. No total, desembarcaram no estado nesta última leva 224.570 doses de três imunizantes.

Além do quantitativo da vacina do Butantan, vieram 53.820 doses da Pfizer – nenhuma enviada à cidade – e 160.750 doses da vacina AstraZeneca – das quais 3.980 doses foram destinadas a Maricá no sábado (29).

Desde o início da vacinação no Brasil, o Ministério da Saúde adotou a proporcionalidade da população por estado como metodologia de distribuição dos imunizantes. Mas no caso de Maricá, a inexplicável insistência no erro vem trazendo prejuízos evidentes.

O critério segue o Censo de 2010, o que não levaria em consideração nem o forte e visível crescimento da cidade nem as próprias atualizações feitas pelo IBGE. Pelo levantamento de 2010 que vem balizando as remessas de vacinas, Maricá possuía 127.461 habitantes, número que foi atualizado pelo IBGE em 2015 para 143 mil habitantes e novamente para 164.500 habitantes em 2020. A informação é oficial e consta no próprio site do instituto.

“É possível observar que essa estratégia empregada pelo MS, e seguida pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio, tem se mostrado ineficaz quando se trata de Maricá. Isso é algo que estamos cobrando desde o começo e até hoje temos sido ignorados”, cobra a secretária de Saúde, Simone Costa e Silva.

Ao mesmo tempo que trabalha para o Ministério da Saúde reavaliar as necessidades reais da cidade, o Governo Municipal também pediu novamente a Anvisa para reavaliar e liberar o uso e a importação da vacina russa Sputnik V.

Maricá tem uma encomenda de 500 mil doses do imunizante, que daria para até ceder vacinas excedentes para outras cidades após a vacinação da sua população.

O Ministério da Saúde lançou recentemente uma propaganda afirmando que a vacinação esta acelerando o ritmo, diferente da percepção dos governos estaduais e municipais. Faltaram insumos para fabricação e as importações dos imunizantes estão abaixo dos anunciados anteriormente pelo Governo Federal.

“O ritmo da vacinação está acelerando” Zé Gotinha

Mais informações sobre a vacinação em Maricá no site da prefeitura.

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