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domingo, maio 19, 2024

Correios lança selo comemorativo dos 100 anos de rádio no país

Em meio às comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, os Correios lançaram, nesta quarta-feira (07-09), o selo comemorativo em homenagem aos 100 anos de Rádio no Brasil em um evento especial no Theatro Municipal do Rio e apresentado por Sidney Ferreira (Rádio MEC) e Luciana Valle (Rádio Nacional).

Marcando as celebrações do centenário da Independência do Brasil, o rádio nasceu em 7 de setembro de 1922, com a transmissão, à distância e sem fios. Roquette Pinto (1884-1954), professor, médico, diretor do Museu Nacional e antropólogo, parceiro de Cândido Rondon, pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, acompanhava tudo e, entusiasmado com as transmissões, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a patrocinar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que viria a ser a PRA-2.

A rádio, porém, só começou a operar em 30 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica, na então capital federal, Rio de Janeiro. A ferrenha defesa do rádio educativo por Roquette Pinto fez com que, em 1936, ele doasse sua emissora ao Ministério da Educação e Cultura, hoje a Rádio MEC. Ele também criou, em 1934, a Rádio Escola do Rio de Janeiro, que hoje leva seu nome: Rádio Roquette-Pinto.

Aos poucos, o Brasil acreditou na criação de um veículo que pudesse propagar informações, em sua maioria de caráter socioeducativo, baseado no sistema de clubes ou sociedades civis, que mantinham tais emissoras. Foram criadas estações, como a Rádio Educadora Paulista, em São Paulo, a Rádio Clube Paranaense, em Curitiba, e outras, como a Rádio Clube de Pernambuco, de Recife, se reorganizaram com um modelo diferente da radiotelegrafia.

Aos poucos outros Estados aderiram à nova concepção. Nos anos 1930, durante o governo do presidente Getúlio Vargas, permitiram ao rádio maior investimento e progresso. Das ondas curtas às ondas médias, depois à amplitude modulada (AM), chegou-se à “Era do Rádio”. Emissoras, como a Nacional do Rio de Janeiro, foram ouvidas por todo país, com seus cantores se tornando ídolos. Surgiram as Rainhas do Rádio e o futebol virou paixão nacional. Radionovelas, como “Em Busca da Felicidade”, “Fatalidade” e “O Direito de Nascer” viraram referência. Grandes redes surgiram, como as Unidas, as Associadas e a Cadeia Verde-Amarela.

O jornalismo ganhou tradição com o antológico “Repórter Esso”. O programa “A Voz do Brasil”, transmitido pela primeira em 1935 e batizado inicialmente de Programa Nacional, em 1938 passou a ter transmissão obrigatória com horário fixo das 19h às 20h, e o nome alterado para “A Hora do Brasil”. Em 1962, é rebatizado como “A Voz do Brasil”. É o programa de rádio mais antigo do país e do hemisfério sul ainda em transmissão.

Em 1950, a TV chegou ao Brasil, e o rádio teve de encontrar novo caminho, uma vez que gradativamente passou a dividir a atenção com o novo meio. A música ganhou mais espaço, dos calouros de Ary Barroso e Chacrinha, à animação de Big Boy e a “Jovem Guarda”. Fomos da “Bossa Nova” à “Era Disco”.

Em 1962, nasceu a A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), e o setor de radiodifusão ganhou maior representatividade. Em 1966 foi inaugurada a Rádio Tropical FM, de Manaus, sendo a primeira rádio do Brasil e da América do Sul a operar em FM estéreo. Em 1967, foi criado o Ministério das Comunicações.

Na década de 1990, a proliferação de redes nacionais e regionais de radiodifusão propiciou maior espaço até a segmentação de conteúdo de uma programação, entrando também em debate a flexibilização do horário do programa “A Voz do Brasil”, o surgimento dos primeiros sites de rádios brasileiras, o que na virada do século torna-se esteio para criação de outros tipos de conteúdo: web rádios, rádios convencionais com transmissão via streaming e podcasts.

Hoje, novas diretrizes permeiam a radiofonia. No analógico, a expansão do espectro de FM e a criação da faixa estendida, dando melhor qualidade às emissoras que antes eram de AM. Em vista dos avanços tecnológicos, a profissionalização do meio, com a implantação de um rádio apoiado por dados, com maiores possibilidades interativas com o público, também ganha destaque.

O rádio continua sendo, democraticamente, o meio que nos acompanha a todos lugares. Nesses 100 anos, o rádio no Brasil se expandiu através de sua capacidade de unir a credibilidade e o dinamismo do online, alcançando a marca de mais de 9.000 emissoras e sendo ouvido por mais de 80% da população.

Arte do selo – O conjunto de quatro selos ilustra elementos que sintetizam a história do início do rádio no Brasil. Em primeiro plano à esquerda, está o rádio, marcando o início da primeira transmissão em 07 de setembro de 1922. À direita, ao microfone, está Roquette-Pinto, responsável por fundar a primeira emissora do país e considerado o pai da radiodifusão no Brasil.

Ao fundo do rádio, círculos aumentam gradativamente, representando a propagação das ondas sonoras criando a ideia de linha do tempo desde a sua primeira transmissão em 1922 até 2022.
A técnica usada foi computação gráfica.

Foram confeccionados 14 mil blocos, cada um composto por 4 selos (total de 56 mil selos no valor de R$ 3,25 cada selo), que podem ser adquiridos pelo valor R$ 13 cada bloco. Todos os blocos estâo disponíveis para venda na loja virtual e nas principais agências dos Correios de todo o país.

 

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