Realizado na tarde desta quarta-feira (16/10), no auditório da sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro do Rio, o seminário “Maricá, um pouso e um porto seguro” atraiu um grande número de empresas, de vários setores econômicos, interessadas nos projetos que fazem de Maricá, na contramão da crise, ser o município mais atraente para investimentos em todo o Leste Fluminense.
Para uma plateia lotada, o prefeito Fabiano Horta resumiu o sentido das apresentações, preparadas para dar um quadro completo da cidade e de suas excepcionais condições estratégicas. O seminário foi uma iniciativa da Prefeitura de Maricá, através da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e a própria Firjan.
“Sabemos da dimensão súbita e agigantadora desse processo econômico para Maricá, isso que está aqui é um ciclo de médio e longo prazo e precisamos posicionar a cidade dentro dessa economia do futuro”, afirmou o prefeito, referindo-se ao ciclo econômico impulsionado pela riqueza trazida pelos royalties de exploração do petróleo nos campos do pré-sal da Bacia de Santos.
Ao lado dos projetos estruturantes para a cidade e do desenvolvimento de suas vocações, Fabiano ressaltou a preocupação do poder público em fazer com que o avanço econômico seja lastreado em ações sociais que capacitem quem mora e trabalha na cidade a fazer parte desse novo cenário econômico.
“O ciclo do petróleo pode construir um ciclo novo de desenvolvimento, de longo prazo, construindo uma equação que transiciona uma indústria muito do imediato, considerando as questões ambientais e uma cadeia tecnológica de forma relevante”, completou.
A mesa também foi composta pelo presidente da Codemar, José Orlando Dias, pela gerente de petróleo e gás da federação e diretora-geral da Onip, Karine Fragoso, e por autoridades como o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão e a deputada estadual e presidente da Frente Parlamentar do Petróleo na Assembleia Legislativa, Rosângela Zeidan. A mediação ficou a cargo do jornalista Luiz Nassif.
O seminário foi sustentado especialmente por um grande painel sobre o município, primeiro em números levados pelo Instituto Darcy Ribeiro (IDR), encarregado de todos os dados sobre a cidade e que mostrou a situação de Maricá em termos de crescimento do PIB local, que tinha em 2004 uma participação de 0,24% no PIB Nacional e, em 2016 já havia passado para 0,91%.
Além disso o desempenho positivo na questão da empregabilidade, ao contrário de outros municípios, igualmente reforçou para as empresas o ambiente econômico modernizado e mais atraente no momento em Maricá.
Também foram detalhados projetos já em fase adiantada, como o do aeroporto municipal, cujas operações estão sendo ampliadas progressivamente, e outros ainda em desenvolvimento, como o Parque Tecnológico de Maricá e o plano de saneamento, maior investimento em ações estruturantes, além do futuro Porto de Jaconé (que mesmo sendo um empreendimento privado, tem o apoio da Prefeitura por suas características de indutor econômico).
Na área turística mereceu destaque a construção do chamado projeto Cidade das Utopias, com os museus do futebol, Darcy Ribeiro e do Samba servindo como âncora para a movimentação de uma importante alternativa para a economia do pós-petróleo.
Outro projeto lembrado foi o do resort em São José do Imbassaí, empreendimento também privado mas com enorme impacto no turismo da cidade. Na área social, o Passaporte Universitário e o programa Renda Básica de Cidadania completaram a imagem de um município que planeja suas ações em todas as frentes.
“Planejar é importante e mais ainda é mostrar que está fazendo. E isso é que leva Maricá a ser considerada um grande sucesso nessa discussão”, analisou o secretário Lucas Tristão, após acompanhar as apresentações, que despertaram o interesse efetivo de empresas.
Um exemplo foi uma multinacional brasileira do setor elétrico, cujo representante se interessou eventualmente pela implantação de usinas de energia fotovoltaica na cidade e ouviu do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, a explicação de que o município tem estudos de implantação de usinas de dessalinização de água que deveriam estar acopladas, por conta da necessidade dessa tecnologia, também a captadoras de energia solar.
“Foi muito interessante e enriquecedor o que vimos aqui. Agora, que as pessoas souberam o que está sendo feito na cidade em vários setores, é importante que essa discussão ganhe outras dimensões para que os objetivos de atrair investimentos sejam alcançados”, analisou o presidente da Codemar, José Orlando Dias, após o encerramento das apresentações.