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sexta-feira, abril 26, 2024

Família denuncia negligência em hospitais de Niterói após morte de criança

O que era para ser motivo de alegria com a comemoração de 1 ano da pequena Myrella Oliveira Ferreira transformou-se em dor e tristeza.

Uma suposta negligência causou a morte da menina, no último dia 8 deste mês, segundo acusa sua mãe Scarlatt Oliveira Pralon, de 28 anos.

Moradora de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, a menina estava na casa da avó, em Itaipu, Niterói, desde o dia 31 de julho, quando comemorou seu primeiro ano de vida.

“Viemos para cá em dia 31 de julho para fazer a festinha da minha filha. Esse era o motivo de estarmos aqui em Niterói”, conta.

No entanto, o que seria uma visita, acabou numa saga de idas e vindas à Unidade Municipal de Urgência Mário Monteiro, em Piratininga, na Região Oceânica, e ao Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, no Fonseca, como afirma.

“No dia 4 começou meu martírio, levando minha filha no Mário Monteiro várias vezes, sem ninguem fazer nenhum exame, apenas receitando remédios”, revela.

De acordo com a mãe, a menina teve febre e mesmo medicada o sintoma não desapareceu, o que fez com que a menina voltasse inúmeras vezes.

“O médico só passou o raio x e falou que o pulmão dela estava limpo e que o caso da minha filha podia ser uma crise de bronquite. Em seguida, nos liberou, mas como a febre persistiu, voltei na Unidade e a médica falou que o caso dela seria infecção urinária. No entanto, receitou antibiótico e a liberou, mesmo sem a febre ter passado. Eu a levei no Getulinho, onde ela foi medicada e liberada também. Não acreditando naquilo, paguei uma consulta em uma clínica particular no Largo da Batalha e foi quando o médico falou que ela estava com infecção urinária”, disse a mãe da menina, que levou a receita no Getulinho e mesmo assim foi ignorada.

E conta um dos piores momentos passado lá, naquele hospital.

“Lembro que na segunda-feira, dia 7, ela estava com 37.7 graus de febre e a médica aplicou uma injeção dizendo ser dipirona. Ela estava no meu colo, fizeram a aplicação e em seguida, ainda nos meus braços, menos de um minuto depois, ela virou os olhos e apagou”, conta emocionada.

Desde o dia 17 de agosto, a mãe de Myrella relata que sua filha tomava inúmeros remédios, que eram trocados a cada sete dias, e não havia nenhuma comprovação do que ela tinha.

“Disseram que era meningite, depois fizeram uma tomografia e não deu nada. Aí falaram que ela tinha tuberculose no cérebro. Depois de dias fizeram uma segunda tomografia e deu uma lesão no cérebro dela. Chegaram a afirmar que o cérebro dela estava tomado, mas nunca me davam certeza do que ela tinha. Era remédio atrás de remédio. Além disso, o oxímetro queimou os dedinhos dela”, contou a mãe desesperada ao lembrar do ocorrido.

  • A mãe mostra os dedos queimados da filha

Até que no dia 8 de setembro, às 21h20, Myrella faleceu.

Até o momento, Scarlatt ainda não fez um boletim de ocorrência do caso, pois aguarda o prontuário médico de sua filha.

No entanto, ela está reunindo provas do que ocorreu.

A pequena Myrella foi enterrada por seus familiares no último sábado (12), no Cemitério de Itaipu.

Por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Niterói informou que “a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói (SMS) lamenta o ocorrido e informa que está prestando a assistência necessária para a família. A Secretaria esclarece que o atendimento à paciente, moradora de Nova Iguaçu, seguiu todos protocolos determinados pelo Ministério da Saúde tanto na Unidade de Urgência Mário Monteiro (UMAM) quanto no Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho).

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