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quinta-feira, abril 25, 2024

Venezuelanas que se refugiaram em São Gonçalo são estrelas de filme brasileiro indicado ao Festival de Cannes

Duas venezuelanas que se refugiaram em São Gonçalo são as protagonistas do curta-metragem brasileiro “Não Olhe Para Trás”. O filme foi um dos indicados para o Short Film Corner (SFC), uma área do mercado do renomado Festival de Cannes que é voltada para a divulgação da produção cinematográfica em curta-metragem em todo o mundo.

As atrizes Nazaret Gonzáles, de apenas 15 anos, e sua mãe, Norma González, são as estrelas do filme que conta a história de uma menina de 16 anos, venezuelana grávida de 8 meses que tem apenas 24 horas para atravessar a fronteira com o Brasil e fugir das altas estatísticas de mortalidade das gestantes e dos bebês venezuelanos.

Nazareth e Norma dividindo a cena no curta-metragem

O curta é dirigido pela cineasta Malu Portela que, além das formações na New York Film Academy/EUA e na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio de Janeiro, também tem passagem pela Universidade Federal Fluminense, em Niterói.

Nazaret e Norma, que estão no Brasil há quatro anos, são mãe e filha na vida real e na dramaturgia. Hoje elas moram no bairro de Curicica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas a primeira residência de mãe e filha no país foi em São Gonçalo, onde viveram por três anos. “Minha relação com o Brasil é muito boa, o povo brasileiro é muito bom. As pessoas nos ajudaram e eu agradeço muito a Deus por ter colocado essas pessoas no nosso caminho”.

A escolha para o papel não foi por acaso. A diretora procurava por atrizes com o perfil de uma menina que tinha exatamente as mesmas características da jovem atriz. Nazaret sempre sonhou em ser modelo e atriz e ligou para a organização Caritas pedindo ajuda para fazer um book de fotos. Durante a ligação, soube do teste para o curta-metragem, participou da seleção e ganhou a chance de fazer a personagem.

Cena do filme “Não Olhe para trás”

O filme foi gravado em novembro e as gravações duraram 6 dias e os desafios das duas na nova profissão foram superados pela preparação de Nazaret e Norma com o ator Jorge Silpem. “Quando eu e minha mãe recebemos a notícia do papel começamos a chorar. Foi uma experiência incrível, eu sempre sonhei com a carreira de atriz, mas nunca imaginava que participaria de um filme como protagonista tão rápido”, conta com empolgação.

A participação no curta-metragem premiado estreitou ainda mais os laços entre mãe e filha. Nazaret conta que ela e a mãe quase não acreditaram quando viram a manchete que o filme havia sido indicado a um festival internacional. “Nós começamos a gritar em casa de felicidade, eu dizia para minha mãe que ia desistir da carreira e ela sempre me dizia para acreditar nos meus sonhos.

Passada a alegria da notícia é hora de aguardar a exibição do filme e pensar no futuro. O Festival e os planos de seguir com a carreira foram adiados para 2021 por conta da pandemia da Covid-19. “Me matriculei em um curso de teatro pouco, mas infelizmente, com a chegada da pandemia tive que adiar o início das aulas. Mas assim que esse período terminar, eu pretendo seguir no ofício que amo”, conclui.

Nazaret González em cena do filme

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