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quinta-feira, abril 25, 2024

Taxista morre em hospital de SG após esperar mais de três horas por atendimento

Natural de Nova Friburgo, Aniceto trabalhava como motorista de táxi há pelo menos 50 anos e era conhecido no meio pelo apelido de Alicate (Foto: Lado de Cá)

Morreu de infarto agudo do miocárdio na tarde desta terça-feira (18), o taxista Aniceto José Camello, de 69 anos, que chegou às 12h43 no Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes, no Zé Garoto, sentindo forte dores de cabeça e no peito, falta de ar, dormência nas mãos e teve que aguardar mais de três horas para ser atendido.

De acordo com denúncia dos familiares, o taxista foi vítima de negligência por parte dos funcionários do hospital:”O que fizeram aqui com meu pai foi desumano, um crime. Meu pai chegou com princípio de infarto, colocaram de maneira equivocada nele uma pulseira de risco moderado, que é a amarela, que diz que ele seria atendido em até uma hora, quando o certo seria a pulseira vermelha, que diz conforme cartaz colocado lá na parede do lado de fora da porta de entrada, que é risco de vida. Ou seja, meu pai foi morrendo enquanto aguardava atendimento, que só veio a acontecer às 15h51″, denuncia Suelen Cabral Camello, de 39 anos, filha caçula do taxista.

Segundo Suelen, o correto era realizar em até uma hora, já que seu pai estava com a pulseira amarela, os exames de sangue, que são os CK-MB, Troponina e CPK, responsáveis por detectar se ele estava ou não sofrendo infarto, e em seguida, deveria ser encaminhado para realizar o eletrocardiograma – exame que avalia o ritmo do coração que mede os batimentos cardíacos por minuto – procedimentos estes, que segundo ela, confirmam se a pessoa está infartando de fato. Nada disso foi feito.

Já a outra filha Flávia Lospennato, de 46 anos, que ficou o tempo todo ao lado do pai na sala de espera da unidade, questiona a demora e o descaso do serviço público no atendimento:”Tudo foi errado ali naquele lugar. Desde a entrada do meu pai, quando passou pela triagem e foi aferida a pressão dele, que era de 18 por 9, até o atendimento do Dr. João Pedro, que só ocorreu às 15h51 da tarde. Ou seja, eu vi meu pai morrendo aos poucos ali na sala de espera sem poder fazer nada. O que tentei fazer, não foi suficiente. Triste isso!, conta emocionada.

E completa:”Meu pai entrou caminhando e nos devolveram dele um par de sapatos, meias, calça, cinto, cueca, camisa, óculos, tudo isso em uma sacola plástica, além é claro, da notícia de que havia morrido”.

Alicate, como era conhecido entre os colegas de táxi, morreu às 16h e o corpo foi velado e sepultado na quarta-feira (19) às 16h30, no Cemitério de São Miguel, em São Gonçalo. Ele deixou mulher, três filhos e uma legião de amigos.

O LADO DE CÁ entrou em contato com a Prefeitura Municipal de São Gonçalo, que emitiu por meio de nota o seguinte comunicado:”A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil esclarece que a informação não procede. O paciente Aniceto José Camello deu entrada no Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes, na última terça-feira (18), às 12h45 e foi atendido às 13h10, conforme o boletim de atendimento. Ele foi levado para sala de medicação, onde foi estabilizado. Ele voltou a sentir-se mal e foi levado para a sala vermelha, onde teve um infarto fulminante e veio a falecer pouco depois das 16h. A direção da unidade lamenta o falecimento do paciente, mas garante que todo o procedimento foi realizado com rapidez, com atendimento adequado de toda a equipe médica de plantão na unidade. E se coloca à disposição da família para quaisquer esclarecimentos.

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