Polícia Civil deflagra operação contra máfia que pirateava cursos preparatórios em todo país

Foto: Divulgação

A Secretaria de Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro deflagra na manhã dessa terça-feira (21/07), em ação simultânea nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, a “OPERAÇÃO BLACK HAWK”, que objetiva cumprir 9 Mandados de Prisão e 19 Mandados de Busca e Apreensão, como resultado das investigações desenvolvidas para apurar a atuação da ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA responsável por piratear cursos preparatórios e controlar a maior plataforma virtual de cursos pirateados do Brasil.

A ação, desencadeada nas cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Saquarema, Araruama e nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Borda da Mata, conta com um efetivo operacional de mais de 100 agentes do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada), da 8ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar da PMERJ), da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, por meio das Delegacias Regionais de Juiz de Fora e Pouso Alegre, além do apoio logístico do 4º DPA (Departamento de Policiamento de Área).

Utilizando modernas técnicas investigação, incluindo QUEBRAS DE SIGILOS TELEFÔNICO, TELEMÁTICO, BANCÁRIO e FISCAL, entre outras, os agentes descobriram que o grupo comercializou milhares de cursos preparatórios pirateados, inclusive para os concursos das Polícias Civis dos estados, Polícia Federal e Rodoviária Federal, além de cursos das carreiras fiscais e jurídicas, causando um prejuízo estimado em 65 milhões de reais aos cursos oficiais. Um dos clientes identificados na investigação é funcionário do Tribunal de Contas de um estado e utilizou a rede (IP) do o próprio Tribunal para fazer a compra de um curso pirateado. Os compradores identificados na investigação estão sujeitos ao crime de receptação, com pena de até 4 anos e, podem ser, inclusive, desclassificados do certame.

Os cursos preparatórios oficiais, cujos valores oscilam entre quinhentos e dez mil reais, eram pirateados e vendidos pelos investigados em seu site por até 10% do valor original. O suspeito identificado como LOTHAR ALBERTO ROSSMANN (71), um dos alvos da operação no estado de Minas Gerais, possui conhecimentos avançados em TI e era o responsável por quebrar a criptografia do streaming de vídeo dos cursos oficiais e transferir os arquivos para uma nuvem própria, onde as aulas eram disponibilizados para os clientes das plataformas virtuais gerenciadas por ANTÔNIO DE JESUS CABRAL (35), que é um dos alvos da operação no Rio de Janeiro. Ex-aluno da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) ANTÔNIO é o principal suspeito de liderar o grupo. Ambos atuam nessa atividade criminosa há quase vinte anos.

Os agentes descobriram que para ocultar a grande movimentação financeira de origem ilícita ANTÔNIO utilizava seus parentes como laranjas. Durante o período eu foi investigada a mãe de ANTÔNIO, que possui um modesto salão de cabelereiro, teve movimentação bancária de 1,5 milhões de reais e ganho líquido próximo a quinhentos mil reais em operações de bolsas de valores, de acordo com o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do COAF.

Outro artifício utilizado por ANTÔNIO para ocultar o capital obtido criminosamente era o de manter os bens adquiridos em nome dos vendedores. Com essa mesma finalidade os agentes identificaram também uma empresa fantasma sediada em um shopping de luxo na capital paulista.

Na ação de hoje os agentes fazem o levantamento do patrimônio dos envolvidos no esquema criminoso para identificar os bens adquiridos com dinheiro de origem ilícita e embasar posterior sequestro judicial dos recursos.

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