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quinta-feira, março 28, 2024

Pedreiras driblam o preconceito e dão resposta ao machismo em São Gonçalo

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Cabelos presos e escondidos em um boné, de botas e calça jeans e vestindo uma camisa vermelha escrito VD Serviços Gerais nas costas, as sócias Darley Campos Mira Figueiró, de 54 anos, e Verônica Marins Braga, de 39, têm um carrinho de mão cheio de cimento, colher de pedreiro, trena, desempenadeira, plumo, e milhares de tijolos espalhados pelo chão em um condomínio que trabalham como pedreiras no turno da tarde no Largo da Ideia, considerado último bairro de São Gonçalo que faz divisa com o município de Itaboraí.

“A minha paixão pela profissão de pedreira começou ao ir trabalhar no Governo da ex-prefeita Aparecida Panisset em 2012, quando fui nomeada fiscal de obras”, contou Darley Mira dando um sorriso cativante e enxugando o suor do rosto em um intervalo no trabalho ao receber a equipe do LADO DE CÁ.

Casada há 30 anos, mãe de duas filhas e avó de uma netinha linda, a pedreira é figura fácil nas obras no bairro

Já a sócia Verônica Marins Braga, de 39 anos, com quem trabalha há 10 e juntas tocam a VD Serviços Gerais há 8 fazendo obras nas casas nos bairros do município, diz que o mais importante é transformar um ambiente sem vida e dar alegria a cada espaço construído por elas: “Nada se compara ao ver a felicidade estampada no rosto de cada cliente nosso. E fazemos com amor cada pedaço construído ou reconstruído, independente do tipo de serviço que seja. Me sinto realizada”, confessou e disse que a construção civil entrou na vida dela aos 14 anos quando começou trabalhando como ajudante de pedreiro do pai.

Com apenas 14 anos, Verônica já era servente de obras do pai, de quem se orgulha muito em ter aprendido a profissão

Felicidade esta que não cabe no peito da técnica de enfermagem desempregada Roberta Corrêa Mira Dos Santos, de 38 anos, que teve a primeira casa construída pela dupla: “O meu quintal era um espaço vazio em que havia apenas uma árvore. Elas fizeram tudo, desde a fundação até o acabamento final. São excelentes profissionais e colocam muitos pedreiros no bolso”, brincou.

Se a profissão de pedreiro está atrelada ao universo masculino e surpreende quem nele trabalha do sexo feminino, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o número de mulheres na construção civil cresceu 120% em 14 anos, o equivalente a 239.242 trabalhadoras registradas. Darley e Verônica são duas delas.

Atualmente, a pedreira Darley é vista pelas ruas da cidade, já que ela trabalha na Secretaria de Obras de São Gonçalo

Contratadas pela Prefeitura de São Gonçalo, elas dão expediente na parte da manhã e trabalham no restante do dia com obras desde a fundação, virando massa, consertando calçadas, desentupindo esgotos, levantando muros, capinando terrenos, realizando o serviço hidráulico até o acabamento.

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