Pastor e professor de São Gonçalo morre com suspeitas de coronavírus

Gonçalense, o pastor e professor de História Niverton de Azevedo Antunes, 52 anos, morreu na noite da última segunda-feira (20) com sintomas de coronavírus. O atestado de óbito registra que as causas da morte foram uma síndrome respiratória aguda grave, combinada com pneumonia não especificada, e agora o laudo final dependerá do resultado de exames do laboratório Noel Nutz.

De acordo com familiares, o pastor começou a sentir os primeiros sintomas da doença no dia 8 de abril, e teve uma piora no dia 10, quando sua esposa, Rosânia Pereira de Athaydes o levou até o Hospital da rede Assim, na Tijuca. Lá, a orientação foi de que ele fosse para casa e ficasse em isolamento, tomando os medicamentos receitados.

Uma semana depois, no último dia 17, Niverton começou a sentir iniciou falta de ar, e foi levado novamente a um hospital, dessa vez à unidade da Assim do Méier, especializado no tratamento de pessoas com covid-19.

Os médicos realizaram uma nova tomografia, que constatou o comprometimento de seus dois pulmões. O pastor e professor, então, foi internado e passou a fazer uso de um respirador.

Na tarde de segunda-feira (20), seu quadro piorou e ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Às 23h25 do mesmo dia ele acabou falecendo.

Depois de cursar o colegial no Colégio Batista do Laranjal, incentivado por um de seus professores, Niverton se formou em História. Ao mesmo tempo, cursou Teologia e se tornou pastor, integrando a Convenção Batista Fluminense, o Ministério da Argentina, na Igreja em Niterói, e liderou grupos de estudos na “Igreja nas Casas, em São Gonçalo”.

Nascido em São Gonçalo, o pastor morou nos bairros Zé Garoto, Arsenal, e também em Maricá, se tornando muito popular na região por suas pregações, principalmente entre jovens.

Atualmente, Niverton morava em São Cristóvão, já que dava aulas de História como professor concursado da rede pública do Rio, na Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso, na Praça Mauá.

Além disso, o pastor ainda ministrava aulas de Grego e História do Cristianismo na Faculdade Aplicada de Teologia, Filosofia e Psicanálise (FATEF), em São Gonçalo.

Em função das determinações das autoridades sanitárias, não haverá velório e o corpo do professor será cremado no Crematório São Francisco de Paula, no Catumbi, na quinta feira (23), às 15h.

Reprodução Facebook

Niverton deixa a esposa Rosânia Pereira de Athaydes, 52 anos; e dois filhos, Nicolly Pereira Antunes, 23 anos e Niander Pereira Antunes, 26 anos. A filha mais nova mora atualmente em Portugal e virá para a cremação do pai. Ninguém da família apresentou sintomas de covid-19 até o momento.

“É uma doença horrível! Não conhecemos nada a respeito, ela não escolhe idade, nem condição física. Quanto aos contaminados, não sabemos quem conseguirá vencer a doença, ou quem irá sofrer a agonia de não ter o ar pra respirar. É como se uma tempestade de raios mortais estivesse atingindo a humanidade: de repente quem estava do seu lado é atingido e você não o vê mais!

Precisamos nos isolar da tempestade e seguir as orientações, porque por mais que não saibamos quase nada a respeito dela, negligenciar o pouco que sabemos pode ser o fim dos nossos filhos, dos nossos pais e avós, e o nosso próprio fim!

E acredite, o pior disso tudo é não poder velar seu ente querido e ter que ver um caixão fechado por alguns segundos e nada mais. Eu tive a oportunidade de dizer ao meu pai o quanto eu o amava enquanto ele vivia…”

Depoimento de Niander Pereira, filho do pastor, ao ‘Lado de cá’, por telefone.

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