A violência foi uma inimiga constante dos moradores da periferia de Niterói neste mês de junho. A cidade conviveu com um aumento de 500% no número de tiroteios/disparos de arma de fogo em comparação ao mesmo mês no ano passado. O Instituto Fogo Cruzado contabilizou 30 tiroteios neste mês, enquanto no mesmo período em 2020 foram registrados 5 tiroteios.
Procurado pela reportagem, o comandante do 12º BPM (Niterói), coronel Sylvio Guerra, argumentou, em mensagens de texto, que “…houve um aumento nos registros, fora o contexto da guerra de facções que há muito tempo existe na cidade”. Para o comandante, Niterói enfrenta o confronto entre duas facções (CV e TCP), mas que apenas em junho, “…quatro fuzis foram apreendidos”, o que reduz o poder dos bandidos.
O Morro do Estado foi o mais afetado pela guerra entre as facções, registrando cinco tiroteios. Segundo os dados, com as recentes disputas deste mês na região entre os traficantes, o número de tiroteios chegou a um aumento de 67% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os números ficam ainda mais significativos se for avaliada somente a participação de agentes de segurança nestes tiroteios. Em junho de 2020, após a suspensão de operações nas favelas, devido a pandemia, não houve registro de disparos envolvendo agentes. Em compensação neste mês já somam 14, mais que em maio de 2020, quando foram 12 registros com agentes antes da medida ser adotada. No total, este mês, Niterói já conta 18 baleados e em junho de 2020, só houve 1 vítima na cidade.
Locais afetados pela violência armada em junho de 2021
Os cinco municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais afetados:
Rio de Janeiro: 207 tiroteios, 28 mortos e 27 feridos
São Gonçalo: 53 tiroteios, 6 mortos e 25 feridos
Niterói: 30 tiroteios, 10 mortos e 8 feridos
Duque de Caxias: 21 tiroteios e 6 mortos
Belford Roxo: 17 tiroteios e 3 mortos
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