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sexta-feira, abril 19, 2024

Mulheres superam o preconceito e combatem o crime organizado em São Gonçalo

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Lugar de mulher é onde ela quiser”. Com esse lema, quarenta e duas policiais militares integram o 7°BPM (São Gonçalo), um dos batalhões que vem apresentando ótimos resultados no combate ao crime organizado no Estado do Rio de Janeiro. Em meio a um ambiente reconhecidamente masculino, três delas contaram, com exclusividade ao Lado de Cá, como é fazer parte da Polícia Militar e as dificuldades impostas para o sexo feminino na corporação.

 

Uma delas é a cabo Ingrid Eccard, de 39 anos, que é figura importante na P1 (Recursos Humanos) do 7°BPM, que detém a função de confeccionar coletivos internos da corporação, entre outras funções administrativas, papel fundamental para o andamento da unidade. Recentemente, a policial militar, lotada no batalhão gonçalense há sete anos, teve o trabalho reconhecido com uma moção de aplausos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) após reagir a uma tentativa de assalto, em novembro do ano passado, quando chegava na sua residência em São Gonçalo.

 

“Mesmo em meio a um ambiente visivelmente masculino, as mulheres vem mostrando o trabalho e gerando reconhecimento dentro da Polícia Militar. As policiais, que entraram na corporação, há cerca de trinta anos conseguiram ‘quebrar pedras’ que acabaram por diminuir o preconceito e a barreira para a entrada de mulheres na PMERJ. Hoje em dia, já temos um ambiente mais acolhedor e respeitoso, mas a luta continua. Um conselho para quem deseja entrar na corporação é que não esperem buquê de rosas, é um trabalho duro e que nos enche de orgulho. Hoje, elas vão poder contar com um trabalho feito pelas mulheres da década de 80,90 que quebraram diversos estereótipos e ajudaram a facilitar a entrada do sexo feminino na corporação”, disse a cabo Ingrid.

 

Já a soldada Livia Serafim, que também integra a equipe de P1 do 7°BPM, acredita que o preconceito existe em todas as profissões, mas a hierarquia e a ordem deve prevalecer sempre entre homens e mulheres.

 

“Não vejo problema em trabalhar nesse universo masculino. Tratando com respeito e aplicando  as normas de hierarquia e disciplina, conseguimos conviver em igualdade, dentro das limitações de cada um. O momento mais marcante da minha vida quando a base em que eu trabalhava na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju, na Zona Norte do Rio, foi atacada por criminosos. Aquele dia foi muito tenso, muitos tiros, mas graças a Deus, ninguém se feriu entre nós policiais”, destacou Serafim, que é lotada no 7°BPM desde agosto de 2018.

 

A cabo Roberta Machado, de 36 anos, lotada no 7°BPM há seis anos, destacou a importância do sexo feminino na corporação e elogiou o trabalho do atual comandante da unidade, tenente-coronel Gilmar Tramontini.

 

“É bom trabalhar em um batalhão com tantos desafios, embora tenha dias que são bem difíceis, é muito satisfatório ver que podemos sim mudar o quadro que vivemos, lógico que não será fácil nem rápido, pois infelizmente estamos em uma cidade, geograficamente falando, com uma área extremamente além da capacidade de 1000 homens para manter a ordem, mas quando somos comandados por pessoas como o Coronel Tramontini, que tem o desejo de fazer e trabalha pra isso é satisfatório demais”, disse a cabo Roberta, que faz parte da ordenança do comandante.

 

Ela, que já fez parte da 1° Comando de Policiamento de Área (CPA), do Hospital da Polícia Militar (HPM) e do 12°BPM (Niterói), relembrou a sua primeira ocorrência na PM, onde quatro criminosos foram presos na comunidade do Capote, em São Gonçalo, realizada nos primeiros meses no batalhão do município.

 

“Acho que os principais desafios do sexo feminino na corporação são fazer com que entendam que somos capazes sim de fazer um bom trabalho junto aos homens. É lógico que temos nossas particularidades, mas somos capazes de enfrentar os desafios da missão que nos foi dada. Às vezes, vemos um olhar de cuidado e é legal, mas nem sempre é esse olhar”, concluiu.

 

O comandante da unidade destacou o trabalho das ‘Leoas do 7°’, como são conhecidas, e as parabenizou pelo Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo (8).

 

“Mães por instinto, guerreiras por excelência, a farda azul enaltece o seu brilho. O Sétimo Batalhão de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro lhes conferem esta homenagem, a estas mulheres que com sua doçura e presença diárias abrilhantam nossa missão. Nos orgulhamos  de tê-las em nossos quadros funcionais que com altíssima competência profissional dignificam o significado de ser policial. Parabéns por este dia”, disse o comandante.

 

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