27.9 C
São Gonçalo
quarta-feira, abril 24, 2024

Medo e insegurança em São Gonçalo: cracolândia ocupa calçada no centro da cidade

Moradores do Centro de São Gonçalo convivem com o medo na porta de suas casas há alguns meses: uma cracolândia se formou na Rua Aluísio Neiva, e os dependentes químicos usam drogas a qualquer hora do dia e da noite. Um problema de segurança e de saúde pública a poucos metros de uma escola, de um hospital e da sede da prefeitura.

Os usuários se concentram em uma calçada junto ao muro de uma casa, e alguns chegam a ficar escondidos sob lonas que penduraram no muro. Mas a maioria não se esconde.

O local é estratégico: ali eles estão muito perto do Escadão do Menino Deus, a comunidade onde compram o crack para consumir aos olhos dos moradores. Segundo a polícia, traficantes da favela passaram a vender a droga, considerada uma das mais perigosas pelos especialistas, no segundo semestre do ano passado.

Desde então, a cracolândia da Aluísio Neiva se formou com rapidez. Muitos dos usuários são pessoas em situação de rua, que acabam vivendo ali mesmo, na calçada, que se tornou um local totalmente insalubre.

O ponto onde eles se reúnem fica a 650 metros da Prefeitura de São Gonçalo, a 140 metros da Casa de Saúde Menino de Deus e a 180 metros do Colégio Santa Terezinha. Instituições e serviços básicos – como saúde e educação – que estão perto e ao mesmo tempo tão distantes da realidade desse grupo de pessoas.

Além das lonas, transformadas em tendas para escapar do calor do sol, um sofá velho foi colocado na calçada, impedindo a passagem dos pedestres, que já haviam deixado de transitar no local por medo de serem atacados.

Moradores já filmaram e fizeram fotos, que foram postadas nas redes sociais, mas nem essa divulgação fez a situação mudar. Os usuários continuam no mesmo lugar, precisando urgentemente da ajuda do Estado.

“A Aloísio Neiva está tomada por viciados em crack e, por conta disso, ficou muito perigosa. Roubos têm acontecido com frequência nas imediações”, reclamou um morador, que não quis se identificar. “O serviço social da prefeitura deveria intervir”, completou.

Em nota, a Prefeitura de São Gonçalo explicou ao Lado de Cá que a “Secretaria de Desenvolvimento Social realizou recentemente serviço de abordagem na Rua Aluísio Neiva e que continuará desempenhando ações com a proposta de orientar e acompanhar as pessoas que estão em situação de rua, para encaminhar para equipamentos específicos”.

Disse ainda que “No plano de 100 dias da Secretaria de Políticas sobre Álcool e Drogas está prevista a realização de abordagens, em parceria com o Centro Pop e o Consultório na Rua, nas cenas de uso, conhecidas popularmente como “Cracolândias”. Através dessa abordagem, a secretaria traça o perfil do usuário, sendo possível definir estratégias de enfrentamento à formação dessas “cracolândias””.

“Paralelo a isso, a secretaria está executando duas emendas, que encontram-se em processo licitatório, onde estão previstas a prevenção itinerante e ocupação estratégica na Praça Zé Garoto e Casa das Artes, locais de grande concentração de população em situação de rua”, concluiu a prefeitura.

Matérias Relacionadas

plugins premium WordPress