Com o suor caindo no olhos verdes, cor que simboliza a esperança, David Martínez, 27 anos, colombiano de Bogotá, busca no sinal da Rua Senador Macedo Soares esquina com a Rua Abreu Rangel, no Centro de Maricá, viver dias melhores com sua arte de malabarismo.
Formado em Biologia pela INCCA University of Colombia Headquarters, em Bogotá, Colômbia, em 2016, o artista deixou para trás sua profissão, o pai Seu José e a mãe Dona Nidia, os nove irmãos, e levou o malabarismo para o Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai, até finalmente chegar no Brasil, em 2018.
“Quando cheguei no Rio de Janeiro, achei interessante as riquezas culturais e históricas desse país e logo me apaixonei”, se declara.
Em Angra dos Reis, primeira cidade por onde passou, viveu o paraíso das ilhas paradisíacas, antes de enfrentar o inferno das ruas cariocas.
“Dormi em algumas praças, como a Saens Peña, na Tijuca, e nas praias da Barra da Tijuca, Copacabana e Leblon”, conta.
Com medo do perigo da ‘Cidade Maravilhosa’, foi para Niterói e aterrissou em Maricá em seguida, onde estabeleceu residência com sua arte circense.
“Viajei por países maravilhosos, conheci culturas diferentes em várias partes do mundo, mas foi aqui que escolhi viver”, diz sobre a cidade que completou 206 anos em maio.
“Fazer malabares dá uma grana, só que tem que treinar muito para fazer uma boa apresentação. Trabalho das 10 às 14h, todos os dias. Ganho no mínimo R$ 50, mas já fiz num único dia R$250”, comemora.
Morador do Caju, bairro a dez minutos de distância do Centro, Davi sonha em passar seus ensinamentos para garotos da localidade e com a ajuda da esposa Oneida Braga, funcionária da Secretaria de Cultura da cidade, participa de alguns projetos como o ‘Pequenos Malabares’.
“Eu adoro o circo, sou de família circense e sempre tive essa paixão. E quando conheci o Davi, ele estava empinando uma bicicleta. Foi paixão à primeira vista”, suspira.