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segunda-feira, junho 17, 2024

Cão solitário está acorrentado, em cárcere privado, com fome e sede, em Itaboraí, denuncia morador

Em tempos de isolamento social por conta da pandemia de coronavírus, um cão mestiço de pastor alemão, com cerca de 5 anos de idade, está sendo submetido a uma quarentena forçada, há pelo menos dois meses, num verdadeiro cárcere privado, acorrentado a uma janela, no quintal de a casa do bairro Outeiro das Pedras, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio.

A situação de maus tratos e abandono a que o cão vem sendo submetido, está causando revolta em moradores da região, que têm escutado os latidos constantes, dia e noite do animal, que acreditam ser um pedido de socorro dele. “É desumano o que estão fazendo com o bichinho. Ele está preso por uma corrente a uma janela da casa, e não pode circular para se proteger do sol, da chuva, nem do frio. Ele vive num ambiente sem nenhuma higienie, pois ali ele urina e deposita suas fezes. Nós já vínhamos ouvindo os latidos de desespero dele, mas ainda não havíamos conseguido identificar de onde vinha. Mas agora vamos denunciar para que as autoridades dêem fim a esse sofrimento do cão”, disse um morador de um condomínio vizinho, que desde a última quarta-feira passou a alimentar o animal, colocando comida e água para ele, através do muro da casa.

Ontem, esse vizinho conseguiu dar um banho no cachorro, jogando água com uma mangueira por sobre o muro da residência.

“O quintal da casa é enorme e tem um muro que cerca a propriedade. É muita maldade deixar o bicho preso por uma corrente sem poder andar. Esperamos que através dessa reportagem, as autoridades tomem conhecimento e venham resgatar o cão. Isso é caso de polícia, de maus tratos”, afirmou o vizinho que tem dado comida e água para o filhote de pastor alemão.

De acordo com a denúncia, o cachorro está preso num imóvel da Rua Adalberto Moraes, num terreno localizado próximo ao bloco 11 do Condomínio Recanto Village Itaboraí, em Outeiro das Pedras. “A casa não faz parte do condomínio, mas pedimos à síndica para tentar localizar quem é o dono do imóvel, para que ele seja cobrado sobre os maus tratos ao cachorro”, concluiu o morador que não quis se identificar.

As denúncias de maus-tratos contra animais aumentaram mais de 10% durante a quarentena causada pelo novo coronavírus (Covid-19), segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária.

As denúncias podem ser feitas de forma anônima ao Programa Linha Verde, do Disque Denúncia, pelos telefones 2253-1177 ou 0300-253-1177 (interior do Estado) ou pelo aplicativo do Disque Denúncia.

Nos três primeiros meses do ano passado, o Disque Denúncia recebeu 854 denúncias de maus tratos a animais, sendo que 125 eram de bichos de estimação em situação de abandono em todo o Estado do Rio.
Em 2018 foram 4.020 denúncias de abandono, contra 3.104 em 2017, em todo o Estado, o que representa um aumento de 30%.

De acordo com os relatos, as maiores vítimas são cães, gatos e cavalos, e a maior parte das denúncias são de falta de alimentação, abandono, espancamento, e animais presos ou acorrentados

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