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terça-feira, abril 23, 2024

Aparição de jacarés assusta moradores de Piratininga, em Niterói

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Moradores de Piratininga, Região Oceânica de Niterói, estão assustados desde a semana passada com a presença de jacarés pelo bairro, principalmente no local próximo às obras do Parque Orla.

É o que diz Cláudia Fernandes, moradora do bairro Maralegre: “Já se tornou comum ver os jacarés a poucos metros de distância. Tenho sentido medo, mas principalmente me preocupo com quem anda com criança pequena”, confessou.

E completou: “Desde que as obras começaram, arrancaram tudo, matos e árvores. A lagoa é rasa, não tem nem dois metros de fundura, e os jacarés ficam próximos da ciclovia. Só que circula muita criança no local, principalmente no final de tarde, pois muitas vão lá para brincar. Não quero nem imaginar um desses indo para cima de uma criança”, teme.

Ela se queixa que os répteis estão se sentindo incomodados com os barulhos feitos pelos caminhões e tratores que estão no local. Além disso, a moradora afirma já ter visto um jacaré perto de sua casa.

Outra moradora do mesmo local, Íris Toledo também se queixa da situação. Afirmando já ter visto o animal de perto, ela também alega sentir pena dos jacarés ficarem em uma água suja. Outro item que ela reclama é da falta de repreensão por parte dos pais das crianças que jogam pedras neles.

“É muito triste ver eles nessa situação. Antes, eles até apareciam, mas voltavam imediatamente para a lagoa. Só que com as obras, a lagoa praticamente tá seca. O que existe hoje é uma fossa, toda suja e mal cheirosa. É lá que os jacarés ficam. Daí, alguns acabam ficando perto da gente. Já vi criança jogar pedrinha e a gente avisa: ‘Cuidado, não provoca o bicho’, mas muitos pais não estão nem aí”, diz.

A prefeitura diz que a presença deles é normal e fala em monitoramento feito pela Inea

A Prefeitura de Niterói informou, por meio da Coordenadoria Ambiental da Guarda Municipal de Niterói, que “a presença de jacarés-de-papo-amarelo no sistema lagunar é comum, já que estão em seu habitat natural. Os animais são monitorados pela Coordenadoria e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e não há registro de ataques a pessoas ou animais domésticos”.

Responsável pela pasta, Jociley Pereira explica que um grupo de trabalho multidisciplinar formado por biólogos, engenheiros ambientais, equipe de comunicação do Parque Orla de Piratininga, agentes da Guarda Municipal, técnicos do Comitê Gestor de Lagoas, entre outros, estabeleceu um protocolo de monitoramento e manejo da fauna e flora da região. Dentro deste protocolo está “o permanente diálogo e orientação à comunidade local sobre todos os procedimentos ambientais que devem ser seguidos”.

“A captura de um jacaré não é uma tarefa fácil, principalmente na água. Nossas equipes estão treinadas para este tipo de ação, mas é importante lembrar que o animal é arisco, pode se voltar para quem está se aproximando e, caso se sinta acuado, pode atacar. O jacaré não vai atacar se não nos aproximarmos. É essencial que os limites das áreas de preservação sejam respeitados”, explica Pereira.

Procedimento para capturar jacarés

A Guarda Municipal afirma ter um procedimento para cada tipo de demanda. Após serem acionados, capturam o animal, que logo em seguida tem suas condições físicas avaliadas pela equipe e, caso não apresente nenhum tipo de ferimento, é reintegrado à unidade de conservação mais próxima. Já os animais que são capturados e apresentam algum tipo de ferimento são encaminhados para instituições especializadas parceiras.

Em maio, a GM foi acionada para resgatar um jacaré que estava na Lagoa de Piratininga, próximo ao canteiro de obras do Parque Orla. Em menos de uma hora o animal foi capturado e reintegrado à natureza na área de proteção ambiental do manguezal de Itaipu.

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