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quarta-feira, abril 24, 2024

Altinha: o ‘balé da bola’ faz de favela de São Gonçalo o seu mais novo palco

Originalmente praticado nas praias, esporte ganha adeptos no município e revela atletas no Jardim Catarina

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No lugar das areias das praias da zona sul de Niterói, um terreno cedido pela Igreja Evangélica Congregacional, na Rua 17. O desafio, aqui, é contra a gravidade: manter a bola no ar. Este balé fascinante – observado com admiração por quem passa pelo Jardim Catarina – é a prova de que a ‘Altinha’ está invadindo as comunidades de São Gonçalo. E para ficar.

“É curioso isso. Antes, nós íamos nas praias de Niterói para jogar com os praticantes dessa modalidade e agora, eles vêm para nossa comunidade, que é pioneira em trazer a ‘Altinha’ para cá”, diz Juan Oliveira, de 29 anos, a maior referência da ‘Altinha no município.

Já Wemerson Moutinho dos Santos, 21 , considerado o ‘Neymar’ nos campeonatos das favelas na cidade, reforça a importância de se aventurar na modalidade após ser destaque jogando em campos ruins.

“Nenhum político local se preocupa com os nossos campos, porém foi crucial para mim jogar neles. Lá, temos que ter bastante controle de bola e se especializar nesse quesito. Isso me ajudou muito, pois hoje eu tenha a facilidade de deixar a bola no alto quando eu jogo a ‘Altinha’, revela o estudante do 4° período de Educação Física.

Do lazer, a Altinha passou para a disputa. Duas equipes do Jardim Catarina, a Alta Voltagem e a Alta Fluência, vão encarar o ‘FutAlta’, a Copa Niterói de Altinha, realizada na Praia de Icaraí.

“Fazer parte deste grupo é uma parada muito maneira. Aqui estão pessoas com as quais eu gosto de praticar o esporte”, comemora Hiago dos Santos, 17. Atleta do Alta Voltagem, ele conquinstou o 4°lugar no Campeonato da Igreja Lagoinha de Niterói, em São Francisco.

Mas se em três anos a ‘Altinha’ cresceu a ponto de dominar praias, parques, campos, quadras e agora a Comunidade do Catarina, o começo não foi fácil, como lembra Igor Zacarias Pinto, 21.

“Cansamos de ser discriminados pelos praticantes de ‘Altinha’ nas areias da Praia de Icaraí e Itacoatiara, e nem por isso desanimamos. Tudo era difícil, inclusive a primeira bola, foi Seu Henrique, pai de Léo, um amigo nosso que comprou. Essa bola era dividida para dez jogadores”, recorda o estudante de Elétrica e que sonha em ser professor de Educação Física.

Mascote do grupo, e não menos talentoso que os demais, Breno Ribeiro da Mata, 11, esbanja categoria e já é visto como mais uma promessa que em breve estará elevando o nome da cidade por aí, como afirma o ‘Pelé’ da ‘Altinha’ em São Gonçalo.

“Nossa cidade é e sempre será uma fábrica de talentos. O Breno, que joga aqui com a gente, é sub-11 do Fluminense e vai ser o grande nome no futebol em breve. Escrevam o que estou falando”, diz Juan, sobre o pupilo.

Devido ao isolamento social em virtude da pandemia do coronavírus, a Prefeitura de Niterói não decidiu quando será a próxima Copa Niterói de Altinha.

Onde e como praticar

Geralmente a altinha é praticada à beira-mar e pode reunir gente de todas as idades, homens e mulheres. Como é preciso apenas duas pessoas para começar a jogar, a roda pode ser realizada em outros lugares, como parques, campos, quadras e comunidades.

Equipamentos

Para jogar a altinha apenas um equipamento é necessário: a bola.

Qualquer tipo pode ser usado na brincadeira, mas, a usada para o futevôlei é a mais indicada para quem deseja jogar com mais facilidade. Isso porque ela é feita com uma tecnologia que a deixa mais rápida, mais macia e menos contundente. Além disso, é totalmente impermeável e molhada não tem o peso alterado. Custa em média R$ 150,00 nas lojas de esporte.

Benefícios para o corpo

É um esporte que trabalha a coordenação motora, a mobilidade das articulações, o reflexo e todos os músculos do corpo. Além disso, pode queimar cerca de 500 calorias por hora e também proporciona que você desfrute de lindos visuais dependendo de onde esteja praticando a modalidade.

Jogadas

Tirinho: A jogada mais forte do “altinho”. É uma cabeçada potente na direção do pé do parceiro, obrigando-o a defender a bola.

Melzinho: Bola bem jogada, no pé do parceiro.

Caroço: Oposto de melzinho, jogada imprecisa.

Bambalalão: Travar a bola no peito do pé e levantá-la novamente, sem deixar que ela caia no chão. Só craque acerta essa jogada.

Romeu e Julieta: Matar a bola na coxa com um pé fixo no chão, enquanto a outra perna permanece ajoelhada. Posição clássica de declaração de amor e pedido de casamento.

Espeto: Bola ‘espirrada’ para o lado oposto ao tentado.

Feijão com arroz: É o jogo fácil, normalmente um toque simples, sem firulas.

Estrogonofe: O oposto de arroz-com-feijão. Geralmente um lance de efeito, que impressiona e dificulta a rodinha.

Rosca: Jogada de efeito.

Regimento da Roda: Ritmo do jogo. É importante não deixar cair o regimento, ou seja, manter sempre a bola perto do parceiro.

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