Mais de 30% dos frequentadores do Restaurante Popular de Niterói são moradores de São Gonçalo

Em busca de uma alimentação mais saudável e com preço acessível, o Restaurante Popular Jorge Amado, no Centro de Niterói, recebe, diariamente, muitos moradores de cidades vizinhas. Uma pesquisa realizada com frequentadores, em 2021, revela quase 48% são moradores de outros municípios, sendo quase 32% dos usuários entrevistados moradores de São Gonçalo, seguidos de 4,7% da cidade do Rio, 3,7% de Itaboraí e 3,7% também de Maricá.

Também apareceram no estudo moradores de Mesquita, São Fidélis, Quissamã e até de São Paulo. Outro dado significativo está no número de desempregados, que somam 40% dos usuários.

O Restaurante Popular, municipalizado em 2017 pela Prefeitura de Niterói, ajuda a promover a segurança alimentar da população, principalmente em um período onde uma pesquisa recente realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) apontou que 33 milhões de pessoas no Brasil não têm comida na mesa. O espaço é uma referência na Região Metropolitana e já serviu mais de 2,72 milhões de refeições desde a sua reabertura.

O secretário de Assistência Social e Economia Solidária de Niterói, Elton Teixeira, alerta para o número crescente de pessoas que estão em vulnerabilidade social no país.

“O Restaurante Popular já forneceu mais de 300 mil refeições apenas em 2022 e, em breve, teremos mais um equipamento como esse na Zona Norte. Por estar localizado no Centro, ele atende inúmeras pessoas de São Gonçalo, Itaboraí e mesmo do Rio de Janeiro”, destaca o secretário.

Camila dos Santos Ferreira, 27 anos, é moradora de Itaúna, em São Gonçalo, e frequenta o restaurante diariamente com seus dois filhos: Alisson, de 4 anos, e Maria Clara, de 10.

“Eu venho para cá há muitos anos. Já vinha com minha mãe, que faleceu, e agora com meus filhos. A comida aqui é boa e barata e estou desempregada no momento. O restaurante me dá a facilidade de uma comida boa e de qualidade. Adoro quando tem dobradinha na sexta-feira”.

Do outro lado da Ponte, em Copacabana, vive Marina Rodrigues da Silva, 70 anos, que trabalha com vendas e quando está em Niterói almoça no Restaurante Popular.

“Eu sou vendedora de produtos naturais e faço muitas vendas em diferentes municípios da região de Niterói, Alcântara e Maricá. Eu preciso almoçar todo dia na rua e acabo gastando muito. Quando estou em Niterói, dou preferência a almoçar aqui. Já tem uns 5 anos que venho. Eu gosto da comida e ainda economizo”.

A Rede PENSSAN publicou a pesquisa onde foram coletadas informações sobre a fome no Brasil, entre novembro de 2021 e abril de 2022, a partir da realização de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal.

A Segurança Alimentar e a Insegurança Alimentar foram medidas pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), que também é utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses dados revelam que mais da metade (58,7%) do povo brasileiro vive a insegurança alimentar em grau leve, moderado ou grave (fome).

O Restaurante Popular oferece uma média de 2 mil refeições ao dia. Os números mostram um crescimento na procura. Comparado ao mesmo período de 2019, antes da pandemia, o espaço teve um aumento de quase 6% na busca por refeições. Pelo valor de R$ 2 no almoço e o desjejum por R$0,50, se torna uma opção boa e barata para a população.

Com cardápio variado, preparado por nutricionista, o restaurante funciona de segunda a sexta-feira, de 6h às 9h, para o café da manhã e, de 11h às 15h, para o almoço.

 

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